segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Uma situação:

Eu, puta da minha vida com alguém; o motivo não faz muita diferença. Estou com um discurso eloqüente, com todas as pausas, nuances de voz (!!!), a cara de menina séria e tudo, tudo na minha cabeça está planejado.

Vou eu colocar isso em prática!

Eu, puta da minha vida, com tudo planejado pra falar, vou ao encontro do tal alguém, ou ligo pra o tal.
Beleza, as coisas começam a ficar um pouco diferentes; o coração palpita mais rapidamente, sinto diferentes partes do meu corpo tendo tremeliques e daí começam a ser reformuladas as primeiras partes do discurso. Não necessariamente do discurso, pode ser alguma daquelas outras partes do plano (cara, voz, pausas). E chegando mais próximo de colocar tudo em prática, começo a pensar se deveria dizer o que eu tenho a dizer, da forma que eu pensei em dizer. Aí entra a parte da mudança do discurso...

Eu, puta da minha vida, chego com um sorriso, uma voz suave e aí começam as voltas pra dizer o que eu quero. Começa a cara de perdida, os olhares pra cima e pro lado de menina insegura, e os tremeliques a esse ponto não me deixam confortáveis e os dedos são estalados constantemente, pernas cruzando e descruzando ou balançando, umas caras e bocas estranhas. Deve ser o princípio do princípio de um ataque de nervos.

Eu, depois de dar voltas pra conseguir chegar ao ponto que quero, não consigo dizer metade do que eu quero, toco no assunto, e se a pessoa se mostra desinteressada (e é o que geralmente acontece) ou pior ainda: ofendida!, parece que tudo que eu tinha dentro de mim se esvai sei lá pra onde! Fica um vazio...

Eu, sem saber o que dizer, começo a falar de outras coisas e era uma vez todo aquele plano perfeito, esquematizado com todos os detalhes. Ficou no campo imaginário, guardado a sete chaves. E as chaves? Alguém dentro de mim as escondeu bem escondido e distante do meu conhecimento.

Por que é tão difícil pra mim, falar firme, falar sério, falar de uma forma mais direta? E o pior, maquiar tudo que tenho pra falar? Como se não fosse algo que é importante e gritante e histérico e grrrr (*) pra mim?

* Traduzindo, esse 'grrr' é algo como quando a gente está com ódio, que quase fazemos esses grunhidos. Mas, pensando bem, isso não é bem humano, a gente não faz isso! Mais parece um bicho raivoso, enfim.

Hoje dei mais atenção em mim, uma coisa que desencadeia uma série de outras coisas e que não faço idéia de até onde isso é positivo ou não. Sou muito coração mole. Então, às vezes, acabo colocando o amiguinho na minha frente, esquecendo que alooou! Tem alguém aqui, nesse caso EU (apenas, bobagem), que tem vontades que podem não agradar, prioridades que podem ser mais urgentes que a do amiguinho, coisas a dizer que podem não ser muito agradáveis de escutar. Mas esse 'eu' não consegue colocar nada disso em prática! Olha que coisa...

Ponto(s) positivo:

. Eis aqui alguém que realiza vontades, é simpática, sorridente, calma, paciente.
. De problemas cardíacos não morro;
. Talvez de câncer, mas isso não é positivo! Merda.
. ?
. ...

Ponto(s) negativo:

. Eis aqui alguém que oculta as próprias vontades;
. Que se coloca em segundo lugar com certa freqüência;
. Não consigo as coisas que quero;
. Há certa submissão nisso;
. ...
. Fudeu vou morrer de câncer!

Tenho que melhorar, mudar essas coisas... Mas como? Preciso entender que as minhas vontades, necessidades, às vezes vêm antes do que a das outras pessoas. E não tenho que me solidarizar tanto assim.

E esse lance de não conseguir falar o que eu tenho pra falar, da forma que gostaria, me consome! Como faz pra mudar isso, se tudo parte do nervosismo? Respiração, meditação, uma ioga... Terapia? Ou pede pra uma força superior? Socorro!

sábado, 25 de setembro de 2010

Estou sentindo todos os meus conceitos zen de viver embalados numa troxinha e indo pra bem longe... Isso dá uma aflição... Esquece 'deixar fluir', 'tempo ao tempo', qualquer coisa relacionada a falta de ansiedade. Eu quero o que eu não tenho, estar onde não estou, estar como não estou, fazer o que eu não faço, tudo ao contrário. Imagina o que seria de mim se eu não tivesse em mente a maior parte do tempo essas coisas positivas em mente? Num momento desses, estaria beirando o desespero.

TPM? Diz que é você! Estou sentindo que são vibrações da sua energia...

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

"Só a justa medida do tempo dá a justa natureza das coisas"

Há tanta beleza no mundo, que as vezes me sufoca. Até o que não é belo, tem a sua contemplação. Tem o seu por que, seus motivos, observar isso é compensador. O sorriso de quem poderia não ter razão para tal, mas consegue diante de tanto sofrer, algo para se alegrar... talvez o fato de viver, de ter saúde, não se desiludir, qual o motivo da sua felicidade? Inúmeros... Mas acho que ver os acontecimentos terrenos como algo de menor valor e perceber que há algo maior, mais belo, algo insubstancial, inefável... Talvez isso baste para um sorriso.
Acho que me precipito ao dizer que seja de menor valor... Pensando melhor, há de se ter o equilíbrio entre o que é substancial e o que não é. Os dois têm o seu valor e acho que merecem a sua devida importância.

A cada verso que eu leio, a cada filme que eu vejo, de grandes pensadores, idealizadores, sinto como se preenchesse minha alma. É o encaixe perfeito para concluir ou dar continuidade a pensamentos, sentimentos que ficam vagando, sem chegar em algum ponto, e ficam inacabados, incompletos, me deixando as vezes em crises existenciais. Quanto que se aprende sobre formas diferentes de analisar a vida, como ela é, as formas de se viver, de reagir e encarar seus encantos e desencantos; sobre como se dão as relações humanas... Isso tudo me fascina! Lógico que mais do que lendo livros e vendo filmes, é se vivendo que aprendemos de fato. Mas são ótimas fontes de inspiração!

Tenho agora em minhas mãos dois belíssimos livros: Crime e Castigo e um em especial, Lavoura Arcaica; e acabo de ler o discurso mais belo sobre o tempo, que nunca tinha visto antes na vida. Não me recordo, por sinal, de ter lido muitos autores falando sobre esse paradoxo, mas posso citar alguns.

A Viviane Mosé; que encaixa uma poesia bacana nesse trecho que acabo de ler! Uma peça que fui sobre Santo Agostinho; não lembro bem da idéia, mas acho que tinha uma dualidade entre o tempo correr em linha reta, ou ciclicamente. E falava sobre o tempo ser imensurável. O passado não existe, o futuro também não. O que resta é o agora, que não é mais agora e assim por diante... E nessa linha de raciocínio entra o instante-já da Clarice Lispector. Viver o instante-já, sem remorsos do passado, sem expectativa do futuro. Não viver uma vida de ilusão, abrir os olhos e dar valor pro que se tem agora. Conseguir isso é ter sabedoria.

Conseguir isso e tudo que eu acabo de ler no Lavoura Arcaica. Bem resumido, o autor fala, belissimamente, sobre dar tempo ao tempo, respeitar o fluxo, a ordem natural das coisas. Estamos sempre querendo dar um passo mais largo que as pernas, quando na verdade, o tempo é que vai se encarregar de dar ordem às coisas. Foram minutos capturando deliciosas palavras, num fluxo delicioso, que a partir desse momento quero incorporar em mim para sempre. Sinto que todas aquelas sábias palavras me levarão para um grau de compreensão de vida, além. É mais um passo para uma forma saudável de maturidade... Consciente, alerta, paciente. E perceber isso me dá uma leveza, uma tranquilidade, um amor à vida, ao que ela oferece e o tanto que tem para dar.

Temos tanto pra aprender...

O texto na íntegra. E uma palhinha...

"(...) só é rico o homem que aprendeu, piedoso e humilde , a conviver com o tempo, aproximando-se dele com ternura, não contrariando suas disposições, não se rebelando contra o seu curso, não irritando sua corrente, estando atento para o seu fluxo, brindando-o antes com sabedoria para receber dele os favores e não a sua ira; (...)"

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Passei o fim de semana no Rio e, como sempre, voltei deslumbrada com a infinidade de possibilidades que aquela cidade oferece. São pessoas, conversas, músicas, contatos pra trabalho, lugares, arte, curso, tudo. Tudo que eu gostaria pra minha vida no momento. Estar perto daquilo deve ser engrandecedor, uma aprendizagem na velocidade da luz. Milhões de informações para captar e absorver.

Pode ter sido ilusão, mas penso que se eu morasse naquela cidade tudo ia mudar pra mim. Lógico que pode ser só uma idéia ilusória porque foquei muito nos pontos bons daquela lugar. As coisas não são o que parecem ser. Não são só coisas boas que o Rio oferece e isso não é novidade pra ninguém. O caos, a poluição sonora, visual e atmosférica é absurda! A vulnerabilidade por causa da violência deve ser um estress constante que não consigo medir. Afinal de contas sempre morei em lugares pacatos, que não ofereciam riscos. Estou acostumada a ver montanhas, finais de tarde tranquilos, ar puro, ouvir os pássaros cantando, andar na rua sem a preocupação de ser assaltada ou pegar ônibus sem pensar em um cara entrando e rendendo todo mundo.

Mas acho que tudo tem que ser colocado em uma balança. Apesar de todos os poréns, o Rio vai me possibilitar de realizar planos de carreira, de estar em contato com uma multiplicidade de cultura, arte, música. Que é o que eu mais sinto falta aqui!

E tem um tempo (bom tempo, por sinal!) que ando reclamando sobre essa falta de coisas em movimento. Sei que o Rio não é a única solução porque acredito que independe do lugar onde estou para as coisas acontecerem. Aqui dá pora realizar outras coisas com certeza. Só que infelizmente pelas opções serem limitadas, me desanima.

Se quero dançar, estudar, fotografar, nada disso têm aqui. Pelo menos não da forma que eu gostaria. Aí será que eu me limito com as opções daqui ou vou pra onde sei que tem exatamente o que eu quero?

Preciso concretizar essa fase de transição e maturidade por qual eu venho passado. Tem muita coisa acumulada, precisando ser explorada, aprendida, compartilhada.

Tenho a impressão de estar achando o lugar onde me encontro pequeno demais...

Eu quero o novo, quero desvendar, quero viver!! Mas antes disso acontecer, águas vão rolar! Quisera eu ter a liberdade e autonomia de realizar isso. Vou precisar dar um empurrão em algumas coisas pra traçar o rumo que eu tanto espero. Dar o salto, mergulhar e ir até o fundo! Ai que delícia deve ser isso...

Estou indo ao encontro de outra coisa, espoero estar perto ou pelo menos no caminho certo, já vai estar de bom tamanho!

sábado, 21 de agosto de 2010

"A peça de arte, na sabedoria de viver, é saber intercalar o sono de toda espécie no momento certo."

Nietzsche

De repente eu gostaria de estar menos atenta à certas coisas. E não querê-las. Há quem diga que 'querer é poder', eu ainda estou verificando essa afirmação. Porque não vejo as coisas acontecendo bem assim. Ás vezes a sensação que dá é que por querer tanto nada acontece. Parece que influencia na ordem dos acontecimentos, uma coisa mística mesmo! De energia. Não vejo outra explicação pra acontecer toda vez a mesma coisa quando eu quero muito.

O fato real é que expectativa faz isso também. Não é por querer algo que vou ter, mas espero por aquilo porque quero. E quando não acontece... Eu fico frustrada. Então o que fazer pra evitar esse tipo de sentimento? Intercalar o sono de forma apropriada. Não esperar tanto das circunstâncias.

Eu tive uma época muito assim, zen. Desprendida desse tipo de expectativa, não esperava nada das coisas, só as vivia. E tudo ia acontecendo no seu tempo certo, conhecia as pessoas na hora certa, ia pros lugares na hora certa. Sentir aquele fluxo natural das coisas era maravilhoso! Era como se eu me jogasse na correnteza vendo aonde ela ia me levar.

Sabe? Estou sentindo falta dessa espontaneidade de coisas acontecendo, sinto que fico correndo atrás de situações e bato com a minha cara na parede! Além de frustração, rola uma ansiedade absurda! Então é sinal de que tenho que mudar minha postura diante de certas coisas.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Uma pessoa otimista desiludida

Sabe uma pessoa beirando um ataque de nervo? Então, estou tipo isso. E é chato... Dói a cabeça, pesa o corpo. Estou me sentindo num abismo, não vejo a hora de ver a luz no fim do túnel.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

"Aquilo que o 'eu' tem de único se esconde exatamente naquilo que o ser humano tem de inimaginável. Só podemos imaginar aquilo que é idêntico em todos os seres humanos, aquilo que lhes é comum. O 'eu' individual é aquilo que se distingue do geral, portanto aquilo que não se deixa adivinhar nem calcular antecipadamente, aquilo que precisa ser desvelado, descoberto e conquistado junto ao outro." *

Eis aqui uma pessoa que gostaria de ser vista além do que palavras alheias possam vir a descrever. Porque essa história de que a voz de Deus é a voz do povo é a maior mentira! O povo aumenta, nem sabe e fala, julga... Eu sou além disso, quero estar acima disso. Então não me venha com as suas pré-concepções dissimuladas antes de me conhecer, por favor, obrigada. E nem venha me conhecer se dá credibilidade à esse tipo de comentários fúteis, supérfluos. Venha me conhecer como a um desconhecido, sem ter parâmetros. Porque o que eu faço ou deixo de fazer não fazem de mim o que eu sou. Minhas atitudes, às vezes revoltas, volta e meia impulsivas, sem a reflexão necessária, algumas até estúpidas, não são o suficiente para alguém achar que me conhece. E quem vai dizer o por quê das minhas atitudes se nem me conhece?

Ninguém é o que parece ser. Aparências... qualquer que seja ela, tem coisa mais fútil? Porque pra mim as pessoas são além do que fazem, do que parecem ser. Tem um ser além, particular a ser desvendado. Acho que quem dá ouvido a comentários vazios de conteúdo relevantes (vulgo fofoca) nem merece meu tempo.

Inclusive, só discurso sobre isso no momento por não querer que isso influencie as pessoas na hora de conhecer as outras. Tire suas próprias conclusões, constate por você mesmo. Mas não saia falando por ter pré-concepções. Chega com calma, cabeça aberta. Se disponha a conhecer, dialogar, desvendar, ir além dos seus preconceitos.

"Será que dava tanta importância a essas pessoas? Absolutamente. Não as tinha em bom conceito e ficava com raiva de se deixar perturbar pelos seus olbhares. Não havia nada de lógico nisso. Como é que podia ficar dependendo da opnião de pessoas que considerava tão limitadas?" *

* Trechos de 'A insustentável leveza do ser' de Milan Kundera

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Tem coisas que a gente vive que aparentemente são desnecessárias mas que, com um pouco mais de reflexão, se tornam peças-chave para perceber algo, aprender algo.

O ser humano volta e meia ainda me surpreende. O Khalil Gibran diz uma frase que eu acho de uma sensibilidade, que é o seguinte: quando se é uma pessoa sincera, se tem a tendência a achar que todo mundo o é.

E o que seria ser sincero? Porque ser absolutamente sincero é uma tarefa impraticável. Há regras sociais, de conduta que me impedem de andar pelada na rua, caso estivesse a fim, por exemplo. De dizer tudo o que quero, porque além das regras que eu mencionei, tem o sentimento alheio e não me parece muito conveniente (ah! as conveniências também são um fator que impedem a plenitude da prática da sinceridade) sair expondo o que acho ou sinto e ignorar que aquilo tem uma repercussão. É... Cobrar sinceridade do ser humano é algo meio difícil.

Então vou mudar o contexto. Acho o seguinte, por ser uma pessoa com essência, acho que todo mundo a tem. Lógico que essa auto-descrição egocêntrica é suspeita. Mas acho que isso eu posso falar, sou uma pessoa que tem essência, que tenta ser, mesmo com todas limitações, uma pessoa verdadeira, transparente, que não mente (porém, omitir a verdade rola!). Enfim, não vou ficar me qualificando aqui porque "quem se diz muito perfeito na certa encontrou um jeito insosso pra não ser de carne e osso".

Agora, ainda me deixa frustrada me relacionar com pessoas sem essência. Eu procuro estar próxima de pessoas que tenham no mínimo respeito pelo outro. Acho que esse "simples" fato desencadeia tantos outros fatores positivos para uma boa relação com as pessoas à sua volta.

Quando há falta de respeito, há falta de compreensão, tolerância, falta da pessoa ver no outro o ser que há ali. Não respeitar é minimizar o outro, achar que ele não é digno, talvez. Pelo menos eu me sinto assim quando acontece de me desrespeitarem. Ver e sentir na pele isso acontecer é degradante. É uma invasão à minha pessoa, minha personalidade, meus valores.

Todos têm defeitos, limitações, infinitas coisas a aprender e melhorar, mas estou falando de essência! E têm coisas que são inerentes à ela. Então falar que uma pessoa tem essência é dizer que ela tem caráter, na minha opnião. E se uma pessoa não tem, ela não vale muito pra mim. Não considero algo irrelevante, como defeitos deveriam ser. Porque não ter caráter não é um defeito, é além disso... É algo que vai constituir uma série de atitudes da pessoa e eu não quero ser alvo desse tipo de gente.

Preciso ser mais seletiva em relação à isso pra não passar mais por situações constrangedoras, nem nada parecido. Nem sair por aí me enganando com aparências.

"Os homens deviam ser o que parecem ou, pelo menos, não parecerem o que não são."

- Shakespeare -

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Eu estou precisando desabafar. O ruim é que eu não sei o quê. Uma ansiedade sem nome, uma sensação ruim.

Eu vejo a vida como ciclos. As coisas começam, se desenvolvem e acabam. Tudo na vida é assim. As pessoas, os gostos, os afazeres, responsabilidades, momentos, quereres. Só que a ordem desses ciclos ás vezes fica nítida, tem vezes que não. É quando há uma ruptura brusca. Sem uma palavra, sem um motivo aparente, sem um desgaste, uma mudança, enfim, tem vários motivos que levam ao final do ciclo.

E eis que quando você está no meio de uma história de repente se esfacela. Acho que é isso que me incomoda. Esse não-sei-o-quê, que eu sei muito bem o que é mas não queria! É ruim não saber o que fazer com sentimentos. Queria que tivesse uma caixinha de reciclagem aqui dentro, ai eu mandava eles pra lá e eles sairiam diferentes. Sem ansiedade, sem saudade, sem sofrer. Eles entenderiam que as coisas mudam sem o meu consentimento e por mais que eu queira continuar, não dá mais porque o que era pra acontecer, já passou. E assim que as coisas funcionam na vida... É tão difícil o momento de ter o que se quer. Tão raro. É lindo.

E é aí que entra o desapego. A arte do desapego... E é só o que eu tenho praticado na minha vida. Pra não haver essas confusões interiores. Tudo fica mais fácil, prático e indolor. Só que ás vezes eu faço um esforço fdp pra conseguir isso. E como disse é uma arte, se consegue com o tempo e com prática. E acredito que esse seja o caminho mesmo. Viver com desapego material e sentimental. Entender que as coisas são efêmeras e ponto final. São do jeito que são e não do jeito que queremos. Não adianta sofrer, querer voltar atrás, nada disso funciona. Então o que resta é ser prático e um pouco frio (pouco?) mesmo.

E agora sinto a minha vida como um papel em branco. Vazio. Sem nada preenchendo, colorindo. Pessoas queridas estão longe, os planos que eu tinha pra vida foram por água abaixo, estou me sentindo oca. Mais uma vez me sinto paralisada no tempo. É horrível, me sinto deficiente, sem rumo. Estou deslocada na vida!

Até que falando assim dá pra entender o por que da ansiedade, sensação ruim e tudo mais. Sabe a roda viva? Com seus altos e baixos? Estou sentindo a brisa do declínio. E é tão desolador.

http://www.youtube.com/watch?v=4waQ7092O5c

terça-feira, 13 de julho de 2010

"Torturava-se com recriminações, mas terminou por se convencer de que, no fundo, era normal que não soubesse o que queria: nunca se pode saber aquilo que se deve querer, pois só se tem uma vida, e não se pode nem compará-la com as vidas anteriores nem corrigi-la nas vidas posteriores.
Não existe meio de verificar qual é a boa decisão, pois não existe termo de comparação. Como se um ator entrasse em cena sem nunca ter ensaiado. Mas o que pode valer a vida, se o primeiro ensaio da vida já é a própria vida? É isso o que faz com que a vida pareça sempre um esboço. No entanto, mesmo "esboço" não é a palavra certa, porque um esboço é sempre um projeto de alguma coisa, a preparação de um quadro, ao passo que o esboço que é a nossa vida não é esboço de nada, é um esboço sem quadro."

- Milan Kundera -

Caminhando e entendendo um pouquinho mais desse mistério que é viver. E viver coisas novas sempre deixa aquele ponto de interrogação. Vou ou não vou? Faço ou não faço? Tem uns anos eu passei a me aventurar mais. Não ter medo de passar por novas experiências. Muitas delas foram ótimas, as que não foram, de fato foram fundamentais pra eu amadurecer, crescer, poder falar que gosto ou não, se é por aquele caminho ou não. Mas sempre concordei com o pensamento "me arrependo do que eu não faço".

Sempre vejo as coisas pelo lado bom, então acho uma maravilha todo esse desenrolar e mudar das circunstâncias. Tento ver a beleza de cada segundo, aprender a cada dia. Então por mais que eu esteja tomando a decisão errada diante de uma situação, acho fantástico observar isso!

Esses dias andei meio assim por não dar corda pra minha intuição. E ainda não cheguei em nenhuma conclusão. Porque no fundo do fundo nós sabemos quando estamos fazendo a coisa certa, acho que já falei sobre isso aqui. Baaasicamente, coisa certa = bem-estar; coisa errada = nós (de nó mesmo, dentro do peito e parece que na região do cérebro também, já sentiu? Rs). Pelo menos quando eu sinto essas coisas, no final das contas era aquilo mesmo que eu sentia ser certo ou não. Porém, contudo, entretanto, eu não consigo deixar de passar por certas coisas mesmo assim. Por querer saber como é, ser curiosa. Mas nessas situações de escolhas erradas e certas é uma linha ténue porque as vezes está tudo aparentemente bem. Dentro da escolha certa também há mal estar as vezes, e na errada, sensação boa. Então o que me resta, senão um fazer um esboço sem quadro? Quem sabe chega uma hora que não vai ser mais preciso deixar as coisas pro acaso e eu consiga ter escolhas diante do que eu sinto ser certo. Já estou nesse dilema tem alguns anos e até hoje... Nada.

Caminhando e cantando e seguindo a canção...

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Estou sem computador e não tenho escrito mais nada por aqui. O que é uma pena, gosto dos meus pensamentos registrados. Ontem falava sobre ler blogs depois de um tempo. É interessante ler esses momentos, o que vivia, como pensava e via o mundo, com outra cabeça.

Enfim. Volta de 180º na minha vida nos últimos tempos. Tenho passado por um turbilhão de coisas desde que comecei a escrever por aqui. Hoje estive relendo alguns posts e percebi o quanto tenho refletido e mudado sobre as coisas que eu vivo numa velocidade incrível. Mas é tão bom quando isso acontece! Porque tem os momentos que as coisas ficam calmas, estagnadas, eu encontro conceitos que servem durante um bom tempo. E de repente tudo muda e eu preciso reformular tuuudo de novo. Acho isso uma delícia, reverencio esses momentos de corpo e alma! Acho que são momentos lindos na minha vida.

O Chico César tem uma música belíssima chamada 'Experiência'. Uma parceria com o lindo do Carlos Rennó que traduz perfeitamente esses momentos.

No momento estou me sentindo tão de bem com as coisas à minha volta. Em relação à todos os departamentos da minha vida. Isso é tão delicioso, finalmente chegou a calma, compreensão, a paz que eu tanto queria e precisava.
Chegou isso e também pessoas que eu esperava tinha tanto, mas tanto tempo! Sabe aquela coisa que você espera, mas não faz idéia de quando, como e com quem vai ser. Só sabe o que quer. E é uma delícia ver isso concretizado. Estar rodeado de pessoas que tem aquela tal afinidade que eu tanto falo e que é essencial pra coisa ser verdadeira e intensa.

E é aí que eu me apaixono mais pela vida. Nós temos que passar por tudo, coisas boas e coisas ruins. Hoje eu olho pra tudo que eu passei nos últimos meses, foi a época mais solitária que eu já vivi. Quando mais questionei o que são as coisas, o sentido de estar vivendo, entender o que eu estava vivendo foi difícil de assimilar. E hoje estou aqui com as coisas muito mais claras na minha cabeça.

Estou feliz com o que eu tenho. Realizada. Vendo tudo o que eu posso aguentar. Passando por um momento lindo com pessoas lindas. É um estado de graça...

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Estou a um tempo sem escrever e muitas coisas aconteceram. Coisas que complementam muitos desabafos que eu já postei por aqui. Na verdade como tudo na vida, "mistérios sempre há de pintar por aí" e estou longe de ter chegado numa conclusão. Ultimamente não tenho estado muito definida com meus conceitos. Estou passando por um processo de quebra de conceitos na verdade e se adaptar à idéias novas está sendo diferente.

Diferente por não saber o que eu considero certo ou errado. Porque antes de tudo, certo pra mim é a coisa que você faz e se sente bem. Você só sabe se teve a atitude correta quando vem um bem estar depois. E errado é quando você faz alguma coisa que deixa uma amargura, a consciência pesa e você não fica bem com determinada atitude. Isso de um ponto de vista pessoal. Porque o certo e o errado depende da forma que enxergamos o mundo. E de tempos em tempos enxergo esse mesmo mundo de uma outra forma. Ou seja, estou sempre reformulando conceitos.

Porém, numa dessa quebras de conceitos algo estranho me aconteceu. Porque me fez rever valores morais, o que eu espero do mundo (olha isso!), rever a atitude que eu tomo diante do mundo. Mas isso ainda está num processo e eu ando meio perdida. Queria tanto conversar com alguém que tenha passado por um processo desse. Seria muito simples se eu continuasse no conforto das minhas concepções. Mas não, quis quebrar algumas barreiras e agora eu estou vendo as coisas de uma forma nua e crua, sem minhas ilusões, expectativas. Ultrapassar isso é interessante, estou vendo uma forma de evolução nisso. Mas era isso que me sustentava. Sustentava minhas relações, minha esperança de que o mundo talvez não fosse tal qual é e pudesse existir um outro mundo, achava que ainda não tinha o encontrado. Estou chegando na conclusão de que talvez não exista.

Só que já dizia belissimamente Chico Buarque "talvez o mundo não seja pequeno, nem a vida um fato consumado. Quero inventar meu próprio pecado, quero morrer do meu próprio veneno". E eu estou experimentando o que a vida é. Como saber se é ou não é senão experimentando? O que eu sempre coloco em primeiro lugar é o meu bem estar. Eu me sentir bem diante uma situação é imprescindível. Só que estou descobrindo um outro mundo. O antigo já não estava suficiente. Já estava ficando mentiroso diante de tudo que me acontece. Precisava dessa mudança, dessa quebra pra analisar com outros olhos como as coisas são, o que são as coisas?

Uma vez perguntei a vida é o que é ou o que a gente faz dela? Acho que ela é o que é. Por mais que tentemos criar um lugar mais amigável pra habitar e viver melhor, a vida supera esses conceitos e está sempre desmascarando qualquer tipo de ilusão que posso vir a ter. Mas como disse, ando bem desesperançada diante das coisas e isso pode ter uma influência nas coisas que passam dentro de mim e fora também que eu não consiga medir. O Fernando Pessoa escreveu coisas belíssimas, uma das foi a seguinte:

"A maioria pensa com a sensibilidade, eu sinto com o pensamento. Para o homem vulgar, sentir é viver e pensar é saber viver. Para mim, pensar é viver e sentir não é mais que o alimento de pensar."

Então eu vivo o que eu penso? Ou penso o que eu vivo? Cara, estou confusa. Vai ser interessante quando isso passar e eu chegar numa conclusão. Até lá estou nessa de não saber como reagir diante do mundo. Espero minhas concepções acontecerem ou caso contrário, elas não passam de puro amortecedor pras minhas dores.
(...) continua

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Queria que a vida tivesse algumas fórmulas. Que alguém pudesse chegar pra mim e dizer como agir, me comportar, reagir. Que conselho fosse uma coisa simples assim de ser posto em prática. Porque não há fórmulas, mas há conselhos. Eu só queria saber como fazer, ou então alguém fazendo por mim um pouco. Estou cansada de ter que tomar todas as atitudes e ter todas as escolhas nas minhas mãos sem ninguém pra me ajudar. Mas acho que assim é a vida.

Ontem eu estava curtindo (não no sentido bom da coisa) a sensação da solidão. E é incrível como somos sozinhos. Como tanta coisa depende só da gente e ninguém pode nos socorrer em determinados departamentos.

"O amargo e o doce vem de fora. O penoso vem de dentro, de nossos próprios esforços." Albert Einstein

E é mais ou menos por aí. Só nós temos a capacidade de escolher como vamos nos sentir em relação as coisas que nos acontecem, como vamos conduzir o que chega até a gente. O triste é essa última parte! Porque é difícil saber como levar a situação se você nunca lidou com ela. Acho que estou fazendo errado porque estou sentindo que não estou fazendo nada por não saber o que fazer! Olha que merda.

Eu tenho uma característica que acho péssima! Precisar de motivação e impulso alheio para fazer as coisas acontecerem! Detesto essa coisa de ter que fazer tudo sozinha. O ridículo é que é pra mim!

É... Acho que preciso de uma terapia. Alguma coisa está fora da ordem...
Ultimamente tem acontecido tantas coisas comigo... Sinto falta de coisas estáveis. Da minha vida estável, especificamente. Nunca tinha me sentido tão presa e com tanta responsabilidade antes. E é como parte de mim estivesse oculta, sem espaço para se expressar, fazer, acontecer.

A vida é o que é, ou o que a gente faz dela? Acho que os dois. Não tenho culpa do que está acontecendo, de não saber lidar melhor com isso. Mas ao mesmo tempo tento não deixar isso me tirar o sorriso do rosto e a esperança do coração. Só não sinto mais leveza na alma.

E falando nisso, que sensação deliciosa. Falar nela me dá uma certa alegria porque quase dá pra sentir. Como qualquer lembrança.
Você respira melhor, sente uma completude em relação às coisas a sua volta, como se tudo se encaixasse harmoniosamente. Sente cada brisa, cada raio de sol e aquilo preenche a alma. Vê que as coisas que acontecem fazem parte da nossa vida e não se deixa abalar por essas intempéries. A vida se torna um movimento natural...

Tenho tentado trazer isso pra mim, na verdade até sinto essas coisas, mas é algo que precisa de certo esforço.

(...) continua. Ou não.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Meu coração leviano se aquietou. Ufa.

Aê! Aquela maré passou, finalmente. Mas instabilidade emocional é isso aí! Ás vezes sou a intensidade em pessoa e tudo vira drama, questões existenciais e conflitos eternos. E de repente fico calminha... Só assistindo as coisas que acontecem sem racionalizar muita coisa, só observando tranquilamente e consigo, nesse momento, esperar pra ver aonde as coisas vão dar.

quarta-feira, 31 de março de 2010

Lendo um pouco, achei o seguinte sobre meu signo:

"São românticos, idealistas e leais por natureza. Frustram-se constantemente com a mesquinhez, com a maldade e deslealdade dos seres humanos comuns. A honra, o código de ética e a lealdade são indiscutivelmente características desse nosso altivo rei da floresta. Leão precisa de arrebatamento, de impacto, de originalidade e exuberância, de otimismo, alegria e heroísmo para sentir que a vida vale a pena. Caso contrário você vai se deparar com uma criatura de olhar triste, impotente e desolada.
Leão gosta do amor arrojado, dramático, possuído de grandes paixões. Quanto mais exuberância e teatralidade, mais fácil será conquistá-lo. Não vive bem sem romance, sem um papel para representar. E quanto mais dramática a história, mais confortável essa criatura se sente."

Todos os meus agradecimentos à todos os astrólogos do mundo. Coincidência ou não, estou me sentindo mais confortável com a minha natureza, que é essa! De sentir, dramatizar e querer coisas acontecendo, em movimento.

Acho que o que têm me afetado é isso... Falta de movimento na minha vida! Tudo está a passos largos. E isso cria um acúmulo de necessidades que eu acabo depositando em coisas que não tem nada a ver com o real motivo da minha necessidade.

Sucks.
"A felicidade é um problema individual. Aqui, nenhum conselho é válido. Cada um deve procurar, por si, tornar-se feliz."
Sigmund Freud

Acho que o problema em si, é individual. Somos nós quem criamos. Digo, só eu que posso decidir se algo vai ou não me afetar. Tudo bem que não é tão prático assim porque ás vezes, por mais que eu queira que não afete, eu acabo alimentando a situação e a coisa cresce.

Um amigo ontem me perguntou algo muito interessante, não com essas palavras, mas foi mais ou menos isso "se tem um lado bom e um lado ruim em conflito dentro de você, qual dos dois vence?". Perguntas assim sempre me deixam sem resposta porque tenho medo de ser estúpida. Traumas da minha vida. Enfim, a resposta é que o lado que vence é o lado que você alimenta. Achei aquilo brilhante! Só sentimos o que alimentamos.

E eu estou me sentindo um pouco amarga. Um pouco drama além da conta. Estou um pouco ferida aberta. Que, segundo a linha de pensamento ali em cima, é resultado dos meus esforços. Estou buscando algo que não sei o quê. Na verdade sei, mas não queria buscar nada. Sou a favor de coisas que fluem. E gostaria de conseguir deixar isso acontecer, sem projetar nada, sem expectativa, sem nada. Não esperar nada é algo que almejo. Já falei sobre isso, viver o instante-já.

Acho que é mais fácil do que eu imagino e como disse, estou fazendo uma tempestade num copo d'água. Mas como diz Shakespeare 'não posso escolher como me sinto, mas posso escolher o que fazer a respeito.'
É, estou cheia de frases sim. Pra tentar encaminhar da melhor forma o turbilhão de coisas que passam aqui dentro. Na verdade, tem tanta coisa desnecessária que chega a cansar. Mas sabe o que é isso? DRAMA. O drama dá um realce às coisas. O drama são as coisas em sua intensidade. Então têm coisas coerentes e têm coisas que eu exagero (só um pouquinho, bobagem).

Eu queria um ócio sentimental. Deve ser bom pra quem carrega essa intensidade toda!

terça-feira, 30 de março de 2010

Conclusão

E aí, o que eu faço com isso tudo? Eu acho que se relacionar é simples assim, mas as pessoas deixam sentimentos se tornarem possessivos e arruinarem isso. Aí eu tenho que lidar com essa concepção deturpada que alguns homens têm e eu faço o que? Finjo que não me envolvo? Viro uma pedra que não sente?

Minha vontade é ficar sentada aguardando a vida me mostrar o contrário do que estou vendo. Mas não consigo, preciso de movimento na minha vida afetiva. E nem dá, senão nem estaria dando oportunidade pra algo acontecer.

Na verdade, vontade mesmo é de nem me preocupar com isso! Ser menos idealista, de repente, me ajudaria.

O meu amor não tem mais tanta frescura...

"O problema é que quero muitas coisas simples, então pareço exigente."

Fernanda Young

Meu problema... Não problema, pelo contrário, acho que solução, enfim. Meu questionamento é sobre a concepção dos homens sobre como se relacionar com mulheres. Ca-ra-lho. Só topo com caras que não querem (com todas as letras) se relacionar, se envolver, ter qualquer tipo de afinidade que possibilite algo futuro. Acho que pra esses homens, dá medo pensar que algo pode acontecer. Por que eles têm esse bloqueio? Por que simplismente não deixam as coisas acontecerem e experimentam se dá certo ou não?

Mas não, eles têm uma ambição absurda de que querem todas as mulheres do mundo. É isso que alguns pensam. Geralmente, os que topam comigo. A vida anda fudendo comigo! Ela quer me arrasar e esfregar na minha cara que encontrar um cara com a mesma tranquilidade que eu tenho pra se relacionar não é possível!

"
Acho que a vida anda passando a mão em mim.
A vida anda passando a mão em mim.
Acho que a vida anda passando.
A vida anda passando.
Acho que a vida anda.
A vida anda em mim.
Acho que há vida em mim.
A vida em mim anda passando.
Acho que a vida anda passando a mão em mim.
"

( Viviane Mosé )

Porque vamos combinar, se relacionar não tem mistério! Não sei (ainda vou descobrir) porque as pessoas complicam tanto, colocam tantos empecilhos... Transformaram o relacionamento quase numa prisão, uma espécie de coleira. As pessoas estão com a visão deturpada ou conceitos errados sobre o que é um relacionamento.

Pra mim, se relacionar é algo muito simples e fácil. Bem, você está a fim da pessoa, a pessoa está a fim de você. Vocês se dão bem em vários departamentos? Sim? Então beleza. Ótimo começo. Depois disso tem coisa mais natural do que querer ficar mais vezes pra repetir a sensação de bem-estar e conhecer mais esse outro indivíduo, que tem um milhão de coisas a serem conhecidas, algumas belas, outras más, mas todas fascinantes? E essa situação vai durar até que um ou outro enxa o saco e aí está tudo acabado, que pena. Foi bom enquanto durou! Vida que segue. Ok. É essa a minha concepção.

Mas o que eu vejo é o que eu falei antes. As pessoas partem de que isso é um compromisso e que nada fora daquele mundo que eles formaram, pode acontecer. Ou seja, não existem mais mulheres interessantes, nem homens interessantes. (Existem, mas isso não significa que você vá ter que ficar com elas) Não existem mais programas que ela goste de ir, nem que ele goste de ir. Só existe e é legal se estiverem juntos. (Ah tá, valeu!) Alguns dificultam até o lado dos amigos, vê que coisa mais louca! Aí realmente eu dou todo o motivo do mundo para os homens não quererem nada sério! As mulheres ficam buscando isso ainda não sei por que! São umas loucas. Mas estou longe de ser sã, então deixa isso pra uma outra hora. A questão é que realmente fica chato pacas se relacionar assim! Bom é quando estar junto é uma coisa natural. Que parte dos dois por livre e espontânea vontade. Isso é se relacionar!

Não estou aqui pra dar nenhuma aula, até porque eu sou a pessoa mais inexperiente no assunto devido aos meus namoros curtos, salvo um. Enfim, mas é isso que eu coloco em prática! E nem isso daqui é discurso para levar nada pro meu lado, tenho minhas maluquices também, mas isso, todo mundo tem! Só acho que as pessoas poderiam ser mais práticas, menos neuróticas e mais abertas e flexíveis pras coisas que acontecem.

Porque o que eu vejo são pessoas que ao se conhecerem, vêm com todas as experiências traumáticas (altamente compreensível) anteriores e porra. Deixam de viver coisas que poderiam ser interessantes e construtivas, principalmente.

E está falado!
Obrigada se você chegou até aqui.
É incrível como o melhor estado para se escrever e declarar tudo que se sente, é quando se está mal. Esse estado movimenta coisas que estão calmas, caladas, quietinhas e estão muito bem, obrigada, até alguém vir e mexer com elas.

No momento, estou indignada com os meus conflitos internos que parecem não se resolver nunca.

Veja bem, cada um tem suas concepções sobre as coisas, como moral, o que é bonito, certo e errado, enfim. E tem acontecido coisas pra eu reformular conceitos. E aí é que entra o problema.

Como mudamos a nossa opnião a respeito das coisas? Quando elas não estão suficientes para a nossa realidade, quando aquilo já não satisfaz e algo fica faltando, quando algo precisa ser diferente. E quando acontece, é quase revolucionário. E isso é algo involuntário, as coisas vão mudando de forma, estão em constante movimento. Enfim, evoluimos. (Graças!)

Tá bem, agora voltemos ao meu problema. Eu mudo quando há essa influência interna e externa, e estou sempre formulando e reformulando opniões. Acho que todo mundo faz isso, normal. Mas sabe? Tem coisas que eu acho que é de um jeito, e acontecem de outra forma. Aí que mora o conflito. Porque eu sou uma pessoa otimista, ou seja, acredito que um dia a minha forma de ver o mundo pode ser realizada. E que se ainda não aconteceu é porque simplismente ainda não foi o momento de acontecer.

(continua...)

segunda-feira, 29 de março de 2010

Estar de frente com seus defeitos é uma coisa assustadora. Porque é algo que faz parte de você, te constitui enquanto pessoa e influencia nas suas relações com outras pessoas. E acho que essa é a pior parte. Como as pessoas encaram os defeitos das outras? Todos têm defeito, todos sabem disso. Mas até onde se é possível aceitar isso e não deixar atrapalhar na relação?

quinta-feira, 4 de março de 2010

Nem tudo que se enfrenta pode ser modificado mas nada pode ser modificado até que seja enfrentado

"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas
Que já têm a forma do nosso corpo
E esquecer os nossos caminhos que nos levam sempre aos
mesmos lugares

É o tempo da travessia
E se não ousarmos fazê-la
Teremos ficado para sempre
À margem de nós mesmos"

Fernando Pessoa

Há alguns posts atrás falei sobre mudanças. E elas aconteceram, finalmente! Um tanto quanto inesperado, acho que como qualquer mudança acontece. Com aquele frio na barriga de dúvida se estou fazendo a coisa certa, com a felicidade de sentir novidade no ar, com esperança de que as coisas vão melhorar. Assim me sinto, assim estou. Leve. Achei algo com que eu me identifique e isso muda tudo! Vou poder me dedicar à algo que vai dar frutos e isso faz toda a diferença. Aonde eu estava, como eu estava, me sentia estagnada. E só ver o dia passando, a noite passando sem sair do lugar estava me matando!

Sinto que meus pensamentos, meus diálogos, meus questionamentos, vão mudar.

Um brinde simbólico à belíssima roda da vida. Aos altos e baixos. Às mudanças.

Nem tudo que se enfrenta pode ser modificado mas nada pode ser modificado até que seja enfrentado

"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas
Que já têm a forma do nosso corpo
E esquecer os nossos caminhos que nos levam sempre aos
mesmos lugares

É o tempo da travessia
E se não ousarmos fazê-la
Teremos ficado para sempre
À margem de nós mesmos"

Fernando Pessoa

Há alguns posts atrás falei sobre mudanças. E elas aconteceram, finalmente! Um tanto quanto inesperado, acho que como qualquer mudança acontece. Com aquele frio na barriga de dúvida se estou fazendo a coisa certa, com a felicidade de sentir novidade no ar, com esperança de que as coisas vão melhorar. Assim me sinto, assim estou. Leve. Achei algo com que eu me identifique e isso muda tudo! Vou poder me dedicar à algo que vai dar frutos e isso faz toda a diferença. Aonde eu estava, como eu estava, me sentia estagnada. E só ver o dia passando, a noite passando sem sair do lugar estava me matando!

Sinto que meus pensamentos, meus diálogos, meus questionamentos, vão mudar.

Um brinde simbólico à belíssima roda da vida. Aos altos e baixos. Às mudanças.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Desmistificando cafajestes

Achei um blog fenomenal! O 'Manual do cafajeste'. E lendo aquelas histórias me toquei mais do que nunca como a mulher tem que ser insensível e racional quando ouve qualquer coisa vinda de um homem que tenha algum tipo de intenção com ela. Temos que ter em mente que ele só fala, só elogia, só age porque quer te comer, no fim das contas. Nada além disso, salvo alguns poucos e raros casos. Não que a intenção não seja essa, mas é algo que se modifica conforme vocês se conhecem mais.

Nos últimos tempos topei com uns carinhas e relembrei dos dois tipos de cafajestes que existem: os descarados e os mais discretos. E o triste do cafajeste é que ele te acha linda, inteligente, charmosa, um pedaço de menina mesmo e te trata como se você fosse uma pessoa especial. Mas é você e a torcida do flamengo. Tudo dependendo da intenção dele. Então a atitude já não se torna espontanea e a coisa se torna superficial.

Quanto aos tipos, acho que eu prefiro o descarado. Porque você sabe ao que está se sujeitando e isso é uma escolha consciente. Cada um com seus motivos. Enfim. Se quiser ter qualquer envolvimento com um carinha assim, você sabe aonde está pisando. E todas aquelas lindas coisas que ele te fala na tentativa de sei-lá-o-quê (a-aham)! entram num ouvido e saem no outro.

Agora, o segundo não. Ele é mais singelo, te aborda de uma forma tão sutil que toda a canalhice passa quase despercebida. Quase. Uma hora vem à tona. Mas aí já era. Você já caiu no encanto dele porque em algum momento acreditou que tudo que ele falou, elogiou e fez poderia significar alguma coisa. Cada um com seus motivos também. Eu sei que esses me deixam receosa. Porque eu ainda acredito nas pessoas.

E isso me faz pensar no que significa se relacionar com alguém. Qual o propósito? Acho que ficando com caras assim eu perco meu propósito. Quero conhecer alguém que seja sincero. Sincero na essência da palavra. Não quero joguinhos, palavras em vão. Quero a simplicidade de me relacionar com alguém. Será que é possível sem que haja essa perversão da parte dos caras? Porque eles são pra lá da maioria. Ou então eu que sou pararaio de caras assim.

A partir dai as pessoas com as quais eu me relaciono vão ter que passar por um processo seletivo, quase, pra eu saber que ela está sendo sincera de fato? Acho que sim. E vai ser bem chato ter que ficar policiando e duvidando de tudo que eu escuto. E além disso eu vou ter que ser uma pessoa frígida. Que não tem vontades, uma pessoa reservada que espera ansiosamente pelo príncipe encantado. Porque do que adianta você ficar com alguém e satisfazer questões orgânicas (hehe) e do ego e junto, de brinde, uma apurrinhação dos infernos? Porque você é sempre tachada por tudo que você faz. E é manipulada o tempo todo. Que graça tem isso?

Ugh. Tinha esquecido dessa parte da vida de solteira. Ê lelê.

Sugestão de um post legal.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

É ótimo sentir o acaso pulsando nas veias. Aquela coisa inesperada, você tem um plano e iria seguir esse plano não fosse um detalhe que muda tudo! E um detalhe leva a outro, que leva a outro e ai são mil portas abertas pra mil possibilidades. Viver esse inesperado é bom demais. Na verdade, é bom quando o acaso te reserva só coisas boas. Pessoas legais, lugar novo, música maravilhosamente boa, chopp gelado, risada gostosa, experiências inéditas, um sorriso verdadeiro, conversas boas, descontração. Era tudo que eu precisava pra me tirar dessa limitação toda que tenho sentido nos últimos tempos. É bom ver o mundo lá fora! Melhor ainda é vivencia-lo. Aonde estou, o acaso é hiper limitado. Ele tenta te proporcionar coisas legais, mas beira ao marasmo. Mesmo que eu queira viver coisas novas, música nova, gente nova, bato com a cara na parede! Problemas de cidades pequenas. Acho que preciso sair daqui mais vezes. Me fez muito bem!

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Tem vezes que eu gostaria tanto calar meus pensamentos. As vezes passa tanta coisa que parece que meus neurônios vão ferver! E é tudo junto, me pressiona. Fico na tentativa de organizar todos eles, acalmar alguns, entender outros, expulsar alguns chatinhos. Mas isso me consome! Sendo curta e grossa, está chato pra caralho.

Mas essa onda de pensamentos de vez em quando para. Fico sem questões existenciais, conflitos, coisas mal resolvidas. Fica tudo mil maravilhas, consigo até respirar melhor. Incrível como isso oscila, às vezes é questão de uma tarde.

Estou lendo um livro do Krishnamurti e ele fala sobre essa euforia dos pensamentos, o vazio que tem na tentativa de entendê-los, que a sabedoria está em não interagir com esses pensamentos e então eles não vão ser mais um problema. Apesar de lógico, não sei até que ponto isso resolve alguma coisa. Anestesiar é muito mais fácil, não deixar que eles participem do que passa na minha cabeça é prático. Mas fazer isso resolve? Ou só deixa adormecido? Mas de repente esse entorpecimento acabe com eles, de fato. "Sonhos são como Deuses, quando não se acredita neles, deixam de existir." Pensamentos de repente também são assim. Está difícil distinguir o que é relevante e o que não é. Queria mesmo dar um reset, recilar tudo. Jogar tudo fora e começar tudo de novo. Não está passando nada que presta aqui ultimamente. Isso é falta de ocupação. Queria me ocupar com coisas mais interessantes.

Está nítido, tem uns dias que eu estou bem cansada deste lugar que eu estou. Estou me sentindo enjaulada, bitolada. Preciso de outros ares! Coisas diferentes à minha volta em todos os sentidos. Detesto esses momentos em que isso fica à flor da pele.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

O meu mundo não é como o dos outros, quero demais, exijo demais; há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que eu nem mesma compreendo, pois estou longe de ser uma pessoa; sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que não se sente bem onde está, que tem saudade… sei lá de quê!

Florbela Espanca

Que achado! A partir desse momento me sinto mais compreendida. Sou um ser que sente. Não há mal nisso. Mas me padece, toda essa intensidade.

Viver me cansa, ás vezes.

Queria me entregar menos, me envolver menos, ser menos intensa, acreditar menos, sonhar menos, dramatizar menos e entender que o mundo a minha volta não é a mesma definição do que eu acho correto. Viver, às vezes, me parece não ter essa mesma definição. Eu acho que é uma coisa e é outra absolutamente diferente. Ai eu me decepciono e me frustro. Um dia quero ser imune à isso tudo.
As aparências, nem sempre tão enganadoras quanto se diz, não é raro que se neguem a si mesmas e deixem surdir manifestações que abrem caminho à possibilidade de sérias diferenças futuras num padrão de comportamento que, no geral, parecia apresentar-se como definido.

- José Saramago -

Estamos sempre causando impressões. Dificilmente elas vão ser compatíveis com o que você realmente é. As pessoas, com toda a sua subjetividade, te vêem, vêem fazendo coisas que na concepção delas se encaixa em tal ou tal perfil. A partir dai elas vão te tratar de acordo com o pré-julgamento/conceito delas e qualquer tipo de relação que possa ser estabelecida vai ser em volta disso. Ninguém está preocupado em saber se é ou não aquilo. Não há como fugir desse fato fatídico. Você pode ser o que for, as impressões são o que conta.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

"Cada um com seus problemas
Seus mosquitos
Eles chupam o seu sangue
Sua carne
E se o espírito está louco
Que se acalme
Eles sugam das entranhas
Sua vida
Depois forma aquela casca
Na ferida
Vai saindo aquele líquido
Fluido quente
Você lambe e a sua língua
Passa rente
Se coçar a casca raspa
Cai doente
E até nascer a outra
Fica exposto
O tumor com seus temores
Que desgosto
Essa vida parasita de ascaires"

DonaZica - Até o dia

Aprendemos desde todo o sempre a depender de algo para conseguirmos viver bem. Algo de distração. Dificilmente se aprende como ser auto-suficiente. Não que sejamos, justamente porque é estabelecido que precisamos nos estruturar como seres humanos baseado em outro ser humano. Nunca sozinhos.

A partir dai ser carente é uma condição pré-estabelecida. Buscamos em nossas relações com as coisas e com as pessoas sempre algo que supra essa carência da auto-suficiência.

Isso fica nítido quando se fica sozinho. Sozinho nunca estamos, mas essa condição é mais dentro do que fora. Alguma coisa que falta, um vazio, algo que precisa ser preenchido. Assim se fica sozinho. E acabamos transpondo isso para áreas da nossa vida. É a busca incessante por alguma coisa que não deixe prestarmos atenção nessa lacuna. Precisamos ficar distraídos para nos sentirmos bem.

Assim surgem os alcóolatras por exemplo, que, não satisfeitos com os vazios da sua vida, cria um espaço aonde ele possa ser e viver algo que alivie a pressão do dia-a-dia.

Mas a verdade é que em tudo que fazemos, estudar, dançar, cantar, se exercitar, sair, amigos, é uma forma de ligar nossos pensamentos em coisas que nos façam sentir bem conosco e encontrar também um alívio pra toda essa pressão que é viver.

O processo é tão natural que passa dispecebido o que tem atrás de nossas atitudes. E isso é saudável, caso contrário viveríamos numa total neurose de enxergar o que nos leva a agir, falar, sentir.

Ruim é quando se percebe os por quês de algumas das atitudes e vai no centro da questão. Lá da pra encontrar coisas que ficam guardadas a sete chaves, segredos de Estado, não é um lugar agradável para se visitar nem vasculhar. Pode abalar as estruturas. Você fica exposto e o engraçado é que é pra você mesmo.

É incrível como não nos conhecemos.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Mudanças. Preciso de algumas. Detesto quando o dia-a-dia se torna massacrante. É chato, ás vezes, acordar todo dia na mesma hora, ir pro mesmo trabalho e ver as mesmas pessoas, fazer tudo igual. Me sinto uma marionete! Eu sinto meu corpo pesado, carregado dessa santa rotina. Sei que fugir disso não tem lógica, afinal de contas o que sustenta meus hobbies, o que eu como, visto, aonde eu vou, é esse mal necessário do emprego. Depender disso está me perturbando um pouco. Sinto falta, no momento, de ter mais liberdade, mais tempo pra mim, um tempo pra curtir coisas boas da vida. Conhecer um lugar diferente, passar uns dias fora. (Coisas de quem está saturado da rotina) Movimento, é o que eu gostaria.
Mas sentir isso é natural. Independente do nosso nível de liberdade, em algum determinado momento esse estado entedia.

Que coisa difícil ter essa tal de satisfação. Estamos sempre um passo atrás dela.
Só sei que no exato momento estou com vontade de jogar tudo pro alto e correr pra bem longe daqui. Assim mesmo, utópica. Sem querer saber de nenhum tipo de obrigação com a vida, só viver. Livre de regras, aaaah! Viver enjoa, ás vezes.
Mas graças à minha belíssima versatilidade ou instabilidade última emocional, sei que isso é só um estado e que daqui a algumas horas ou dias, de repente, essa revolta com esse sistema capitalista, que te suga e te explora, e esse nosso modo burguês hipócrita de viver, passa.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Conhecimento é uma coisa fantástica. Ele te abre horizontes, te faz ver as coisas por um novo ângulo, enriquece as suas atitudes, no sentido de ser mais consciente nas coisas que faz. Conhecimento geral, qualquer que seja. Sempre te acrescenta algo que pode influenciar em várias áreas da sua vida. Vai depender do que você absorve de tal conhecimento. E o que faz com ele.

Acho interessante o refinamento que ele trás. Você conhece música clássica, a partir desse momento, dependendo do quanto você se envolve com ela, o que você ouvir depois disso vai se transformar. E é aí que vem o refinamento. Você apura o que ouve, se atenta à detalhes que antes não percebia.
E foi só um exemplo, se encaixa em mais uma quincalhada.

Mas a partir do momento que as coisas já não são como eram antes, o que se fazer com o antes? E o 'agora que eu sei'?
Essa vai ficar no ar, por enquanto.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Psicoativos (ou quase isso)

Eu falei cafeína? Café que nada, tomei um guaraná natural com guaraná em pó e agora sim eu sei o que faz ficar acordada! E ligada, falante e com movimentos rápidos. Estou achando até engraçada a mudança repentina de humor, parece até droga ou coisa parecida. Estou falando horrores, gesticulando e passando por esse processo SOZINHA. Aaaaah. Nem parecia que há minutos atrás eu estava quase dormindo!

E é incrível como a mudança de disposição física fez todos aqueles pensamentos de ser um vegetal irem pro espaço e ficar só uma vontade de falar horrores e me comunicar. Minhas pernas não param de mexer! Que barato. Adorei isso!
Até me lembrou a primeira vez que tomei espresso na vida. Na verdade, foram cappuccinos. Dois. Falei pelos meus cotovelos e minha percepção ficou altamente aguçada, li, escrevi e fotografei belíssimamente! E isso numa mesma tarde ainda com o efeito da cafeína. Foi outro barato.

Post de uma pessoa ressaqueada

"Hoje não quero ser peça nem jogador
Não quero pagar pra ver o fim do jogo – meu amor
Nem parar o tempo
Nem mudar o mundo
Nem saber de tudo"

DonaZica - Pimenta

Para o mundo, que eu quero descer! Sabe preguiça de existir? É o que eu sinto. Queria dormir horas seguidas e quando acordasse, ficar que nem um vegetal na frente da televisão vendo Pica-Pau ou qualquer desenho desses das antigas. E ficar assim um dia inteiro, sem pensar em absolutamente nada. Só eu e minha cama, ia ser um programa perfeito!

No momento, estou precisando de cafeína urgente no meu organismo ou meus olhos não vão parar de querer fechar. Essa vida de noites mal (ou bem?) dormidas vai acabar comigo.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Receita para uma noite (sozinha) divertida:

- Uma boa música;
- um bom vinho com nome estranho e um rótulo bonito;
- um queijo gostoso pro vinho não fazer efeito tão rápido assim;
- papel e caneta para descrever esse momento de reflexão profunda sobre questões no âmago do seu ser (tá, não fica tão divertido assim, mas é válido, vai que sai algo de bom!);

E o principal: um SACA ROLHA! Pois sem ele, não acontece o seu momento de embreaguez e aí corta todo o clima da sua noite supostamente divertida.

Caso isso tudo não dê certo, tome um banho bem gelado (pra suprir todo o calor que você sentiu o dia inteiro), se empanturre de um sanduíche gostoso e bastante suco gelado (pra suprir também todo o calor...) e veja um filme bem dramático para abstrair todos os dramas da sua vida, e pode ter certeza que antes do filme acabar você vai estar com um sono incontrolável e vai dormir que nem uma criança. Afinal de contas, drama demais cansa.

Olhando assim não parece tão divertido assim, mas não é dos piores programas.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

post resumido e apressado

"Tudo o que você é, o que pensa, o que sente, o que faz em sua vida diária, é irradiado ao seu redor, e é disso que o mundo é constituído: O que você é, o mundo é. Transforme-se, e transformará o mundo." - Krishnamurti

Acho que encaixa perfeitamente no que eu escrevi ali embaixo. Uma bela conclusão... O meu modo de ver as coisas, faz o mundo ao meu redor ser diferente. E é por isso que sou mais feliz. Ponto.

sábado, 30 de janeiro de 2010

Pessoas pessimistas são pessoas amarguradas? Não... Frias e calculistas? E pessoas otimistas são pessoas bem resolvidas? Não... São sonhadoras e iludidas? Vai saber...

Não sei o que leva uma pessoa a ser um ou outro, se é pré-disposição, experiência de vida, sei lá o que. Eu sou altamente otimista. Sempre vejo as coisas pelo lado razoável. Sempre poderia ter sido pior, não? E quando eu vejo essas pessoas pessimistas falando, sempre penso o quão chato deve ser assim. Acontece tanta merda, a gente só vê merda, e dar credibilidade pra isso tudo só nos faz viver num mundo cruel (tá, eu sei que vivemos em um). Mas enxergar isso tudo o tempo todo, torna a vida muito amarga, sem cor, sem sal.

Sei que um pouco de realismo, as vezes, cai bem porque se abster da verdade é ignorância. E a verdade pode ser bem cruel. Geralmente, é. Mas tem coisas que são inevitáveis. O meu aborrecimento, arrancar os cabelos, reclamar vai mudar alguma coisa? Eu prefiro me adaptar da melhor forma possível às coisas chatas e ruins da vida. E sou uma pessoa mais feliz por isso.

Mas tenho que admitir, tenho que enganar minha percepção várias vezes pra isso. Mas eu opto pelo meu bem-estar. Isso soou extremamente egoísta! Acho que não, afinal de contas, tudo tem dois lados. E eu prefiro ver o lado bom das coisas. Nada demais...

Enfim, gostaria de saber o que uma pessoa pessimista (ou seria realista?) tem a me dizer sobre esse meu modo (...?) de encarar as coisas.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Dar corda pros nossos pensamentos pode ser uma coisa perigosa (ou quase isso). As vezes me pego pensando cada coisa... E se eu vou no embalo, vem uma euforia junto e eu crio situações, as vezes sentimentos, e ai vem a tal da expectativa junto e está feita a confusão geral. Da última vez que deixei isso acontecer, vi o quanto a minha mente é fértil. E fui deixando aqueles pensamentos tomarem conta de mim, e é ai que mora o perigo. Sofri 'pacas' pra realizar que aquilo tudo que eu sentia, era só uma projeção, uma coisa idealizada, utopia pura. E o que aconteceu foi que a coisa tomou uma proporção que o imaginário veio pro campo real. Que loucura, isso... mas Deus me livre ser normal!

Então depois que eu sai desse processo de loucura total eu me dei conta de que pensamentos desse nível aparecem com freqüência, mas pra isso não acontecer o lance é fazer o oposto do que eu falei no início. Não dar corda. É deixar o pensamento ali falando sozinho, não interagir com ele... Porque ele se esvai. Interessante seria saber o que causa o aparecimento deles. Devem ser vários processos inconscientes, porque pensar na causa faz ficar quase um oco na mente, parece que as respostas todas fogem correndo. E quanto mais eu vou atrás, mais elas se distanciam.

Credo, não quero ficar mais presa à esse tipo de maluquice. Faz um mal...

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Somos um universo em expansão. Adoro desvendar coisas novas dentro de mim. Novas reações, motivos, suspiros, calafrios. Ganhar novos abraços, beijos e carinhos. E ver que por mais que a gente conheça e ache que já sabe demais, podemos viver algo inédito.

Mas acho que gosto mais das reações. Cada toque é diferente do outro, e isso porque cada pessoa te faz ter uma reação particular. E, as vezes, eu sou surpreendida subitamente por algo que não sabia que existia dentro de mim. E me vejo uma criança aprendendo a lidar com algo novo. Curiosa, indo em direção aonde fica mais legal, o que me faz dar um sorriso mais gostoso. Como é bom aprender, conhecer e sentir que não somos estáticos, estamos sempre mudando e temos tanto pra conhecer... Que delícia, isso.

sábado, 23 de janeiro de 2010

Uma experiência nova: ficar bêbada e sóbria e bêbada de novo no período de cinco horas. Não sabia que água de côco e sundae faziam uma alma perdida se achar novamente.
Quem canta, seus males espanta. Quem dança, também. Dançar como se não estivesse ninguém te olhando. Só você, o salão e a música. Tem forma melhor de abstrair todas as coisas que te incomodam, que te perturbam, esquecer que a vida está cheio de problemas, seus complexos, enfim. Extravasar tudo de ruim que está dentro da gente e nesse momento, tudo fica bem! Praticamente uma meditação, onde você fica ausente. A diferença é que você, horas depois, não sente todos os seus músculos queimarem.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Para concretizar uma mudança tem coisa melhor do que um corte de cabelo? Estou me sentindo renovada, é como se fosse um chamariz de coisas novas. Foi-se embora com meu cabelo atenções, pessoas, atitudes e pensamentos desnecessários. E eu agora sou uma mulher uma tonelada mais leve.
Acho incrível a capacidade transformadora dentro da gente. Ontem eu estava um trapo, super dependente de sentimentos, ilusões. Há algumas semanas não conseguia ficar só e bem. Imaginava sempre estar com alguém e me sentia solitária. Nem preciso falar que era irritante esse estado quase melancólico.

Até que ontem resolvi abandonar pensamentos que só me faziam sentir mal e coloquei em prática o 'viver aqui e agora'. Como é bom conseguir isso! Você abandona projeções, quereres e aproveita o instante-já. Penetrar nesse instante é quase como um êxtase porque você sente as coisas de uma forma diferente. Consegue ver e realizar e aproveitar o que é dado no exato momento e isso basta.

Gosto dessa nossa auto-suficiência. Na realidade, estava com saudade de ver isso em mim. Ainda estou, porque isso voltou ontem. Mas tomou conta de mim.

Sinto-me bem.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Um engov, dois energéticos e um pregador pra fazer meus olhos conseguirem ficar abertos, por favor, obrigada.

Trabalhar depois de uma noite de bebedeira é uma coisa engraçada. Estou lesa, as coisas passam por mim, nada está processando aqui dentro. Sou apenas um corpo e as coisas à minha volta são algo a parte.

Estou me sentindo derrotada pelo álcool. Credo.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Eu tenho me sentido com a frase 'Procura-se um amigo' estampada na testa. Parece que é uma coisa só minha... Gostaria de saber se é uma coisa mais universal. Vejo tantos grupos de amigos reunidos nos bares, restaurantes, aqueles orkut's com fotos de amigos felizes. E eu, sentada no bar sozinha. Eu, no restaurante almoçando sozinha. Eu, em casa sozinha. Isso anda me perturbando um pouco. Eu tenho tanta coisa pra falar, pra compartilhar. Adoro compartilhar informações. Você fala, a outra pessoa fala, vocês chegam num concenso. Sempre aparece alguma idéia nova. É você entrando num outro e novo universo e vice-versa.

Como disse no post anterior, as pessoas são dificeis de se aproximar. E eu tenho percebido uma incompatibilidade da minha parte com as pessoas que se aproximam. É como se eu tivesse um ideal (que não sei qual é) e a pessoa tivesse que se encaixar em alguns parâmetros (que eu também não sei quais são). Na verdade, acho que precisa de afinidade pra eu me relacionar. Detesto essa minha coisa de ser radical em alguns departamentos. Esse 'tem que ter' não deveria existir... As vezes pode ser legal mesmo sem ter afinidade. Mas e a minha dificuldade pra não deixar isso atrapalhar? Ai acontece aquela história de quem eu amo não me ama, e quem me ama eu não amo. Droga!

Como se conhece as pessoas? As vezes eu olho alguém passando na rua e me dá a impressão de ter mil coisas em comum com ela. Dá vontade de chegar e dar um 'oi', sabe? Queria uma receita.

Mas enfim, me sinto só. É muito triste querer conversar com alguém e não ter ninguém. E quem eu tenho, está longe! Mas pelo menos tem e não estou no fundo do poço. A merda não é tão grande assim.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Um dia eu vou entender por que as pessoas são tão fechadas. Por que elas se identificam, se gostam mas não se aproximam. Ou por que eu gosto tanto e quero me aproximar e me exponho, falo, ajo com naturalidade. Gostaria de ver essa naturalidade das pessoas. A maioria é cheia de bloqueios, de retenções, individualidade. Cheia de não-me-toque.

Se eu gosto, eu gosto. Vou ligar, vou procurar, vou querer estar perto, vou querer conversar sempre que possível, vou falar que gosto, eu ein. Essa gente que não fala o que sente. Um dia eu vou as entender.