sábado, 25 de setembro de 2010

Estou sentindo todos os meus conceitos zen de viver embalados numa troxinha e indo pra bem longe... Isso dá uma aflição... Esquece 'deixar fluir', 'tempo ao tempo', qualquer coisa relacionada a falta de ansiedade. Eu quero o que eu não tenho, estar onde não estou, estar como não estou, fazer o que eu não faço, tudo ao contrário. Imagina o que seria de mim se eu não tivesse em mente a maior parte do tempo essas coisas positivas em mente? Num momento desses, estaria beirando o desespero.

TPM? Diz que é você! Estou sentindo que são vibrações da sua energia...

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

"Só a justa medida do tempo dá a justa natureza das coisas"

Há tanta beleza no mundo, que as vezes me sufoca. Até o que não é belo, tem a sua contemplação. Tem o seu por que, seus motivos, observar isso é compensador. O sorriso de quem poderia não ter razão para tal, mas consegue diante de tanto sofrer, algo para se alegrar... talvez o fato de viver, de ter saúde, não se desiludir, qual o motivo da sua felicidade? Inúmeros... Mas acho que ver os acontecimentos terrenos como algo de menor valor e perceber que há algo maior, mais belo, algo insubstancial, inefável... Talvez isso baste para um sorriso.
Acho que me precipito ao dizer que seja de menor valor... Pensando melhor, há de se ter o equilíbrio entre o que é substancial e o que não é. Os dois têm o seu valor e acho que merecem a sua devida importância.

A cada verso que eu leio, a cada filme que eu vejo, de grandes pensadores, idealizadores, sinto como se preenchesse minha alma. É o encaixe perfeito para concluir ou dar continuidade a pensamentos, sentimentos que ficam vagando, sem chegar em algum ponto, e ficam inacabados, incompletos, me deixando as vezes em crises existenciais. Quanto que se aprende sobre formas diferentes de analisar a vida, como ela é, as formas de se viver, de reagir e encarar seus encantos e desencantos; sobre como se dão as relações humanas... Isso tudo me fascina! Lógico que mais do que lendo livros e vendo filmes, é se vivendo que aprendemos de fato. Mas são ótimas fontes de inspiração!

Tenho agora em minhas mãos dois belíssimos livros: Crime e Castigo e um em especial, Lavoura Arcaica; e acabo de ler o discurso mais belo sobre o tempo, que nunca tinha visto antes na vida. Não me recordo, por sinal, de ter lido muitos autores falando sobre esse paradoxo, mas posso citar alguns.

A Viviane Mosé; que encaixa uma poesia bacana nesse trecho que acabo de ler! Uma peça que fui sobre Santo Agostinho; não lembro bem da idéia, mas acho que tinha uma dualidade entre o tempo correr em linha reta, ou ciclicamente. E falava sobre o tempo ser imensurável. O passado não existe, o futuro também não. O que resta é o agora, que não é mais agora e assim por diante... E nessa linha de raciocínio entra o instante-já da Clarice Lispector. Viver o instante-já, sem remorsos do passado, sem expectativa do futuro. Não viver uma vida de ilusão, abrir os olhos e dar valor pro que se tem agora. Conseguir isso é ter sabedoria.

Conseguir isso e tudo que eu acabo de ler no Lavoura Arcaica. Bem resumido, o autor fala, belissimamente, sobre dar tempo ao tempo, respeitar o fluxo, a ordem natural das coisas. Estamos sempre querendo dar um passo mais largo que as pernas, quando na verdade, o tempo é que vai se encarregar de dar ordem às coisas. Foram minutos capturando deliciosas palavras, num fluxo delicioso, que a partir desse momento quero incorporar em mim para sempre. Sinto que todas aquelas sábias palavras me levarão para um grau de compreensão de vida, além. É mais um passo para uma forma saudável de maturidade... Consciente, alerta, paciente. E perceber isso me dá uma leveza, uma tranquilidade, um amor à vida, ao que ela oferece e o tanto que tem para dar.

Temos tanto pra aprender...

O texto na íntegra. E uma palhinha...

"(...) só é rico o homem que aprendeu, piedoso e humilde , a conviver com o tempo, aproximando-se dele com ternura, não contrariando suas disposições, não se rebelando contra o seu curso, não irritando sua corrente, estando atento para o seu fluxo, brindando-o antes com sabedoria para receber dele os favores e não a sua ira; (...)"

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Passei o fim de semana no Rio e, como sempre, voltei deslumbrada com a infinidade de possibilidades que aquela cidade oferece. São pessoas, conversas, músicas, contatos pra trabalho, lugares, arte, curso, tudo. Tudo que eu gostaria pra minha vida no momento. Estar perto daquilo deve ser engrandecedor, uma aprendizagem na velocidade da luz. Milhões de informações para captar e absorver.

Pode ter sido ilusão, mas penso que se eu morasse naquela cidade tudo ia mudar pra mim. Lógico que pode ser só uma idéia ilusória porque foquei muito nos pontos bons daquela lugar. As coisas não são o que parecem ser. Não são só coisas boas que o Rio oferece e isso não é novidade pra ninguém. O caos, a poluição sonora, visual e atmosférica é absurda! A vulnerabilidade por causa da violência deve ser um estress constante que não consigo medir. Afinal de contas sempre morei em lugares pacatos, que não ofereciam riscos. Estou acostumada a ver montanhas, finais de tarde tranquilos, ar puro, ouvir os pássaros cantando, andar na rua sem a preocupação de ser assaltada ou pegar ônibus sem pensar em um cara entrando e rendendo todo mundo.

Mas acho que tudo tem que ser colocado em uma balança. Apesar de todos os poréns, o Rio vai me possibilitar de realizar planos de carreira, de estar em contato com uma multiplicidade de cultura, arte, música. Que é o que eu mais sinto falta aqui!

E tem um tempo (bom tempo, por sinal!) que ando reclamando sobre essa falta de coisas em movimento. Sei que o Rio não é a única solução porque acredito que independe do lugar onde estou para as coisas acontecerem. Aqui dá pora realizar outras coisas com certeza. Só que infelizmente pelas opções serem limitadas, me desanima.

Se quero dançar, estudar, fotografar, nada disso têm aqui. Pelo menos não da forma que eu gostaria. Aí será que eu me limito com as opções daqui ou vou pra onde sei que tem exatamente o que eu quero?

Preciso concretizar essa fase de transição e maturidade por qual eu venho passado. Tem muita coisa acumulada, precisando ser explorada, aprendida, compartilhada.

Tenho a impressão de estar achando o lugar onde me encontro pequeno demais...

Eu quero o novo, quero desvendar, quero viver!! Mas antes disso acontecer, águas vão rolar! Quisera eu ter a liberdade e autonomia de realizar isso. Vou precisar dar um empurrão em algumas coisas pra traçar o rumo que eu tanto espero. Dar o salto, mergulhar e ir até o fundo! Ai que delícia deve ser isso...

Estou indo ao encontro de outra coisa, espoero estar perto ou pelo menos no caminho certo, já vai estar de bom tamanho!