sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Avante!

Esses dias, me dirigindo à um amigo, perguntei o que seria de mim sem as palavras. Ai, as palavras... Que ao mesmo tempo que me cansam, são a minha salvação. Ao mesmo tempo que me exasperam, me aliviam. Me prendem dentro de mim, mas me expurgam.

Nada seria sem elas! Nada gritaria, nada enlouqueceria, nada mudaria, nada compreenderia, nada... E depois do surto, o alívio. E depois da morte, a vida. Como depois do dia, a noite. Como tudo que é contraditório, mas que se completa!

E que bom poder me expressar através delas! Transformar a dor em alguma coisa que valha. Porque vale a palavra! A dor palavra, a lágrima palavra, a felicidade palavra, a saudade palavra, o amor palavra. Vale transformar isso tudo que venho sentindo. Vale transpor isso tudo!

Mal tenho um surto e sou salva por elas! Palavras de uns caras incríveis, por sinal, que escreveram sobre tudo que estou passando! Sir Sigmund Freud, Montaigne, Pascal e outros. Estou em boa companhia. Esses senhores que passaram tudo pra um outro senhor, Andre Comte, que me contou um monte do que eles pensavam. E eles foram pessoas que tentaram viver bem! Tentaram nos entender e nos explicar... E por fazerem isso, me fizeram sentir compreendida. Saber que estou no meio de um furacão e que isso vai passar. E que tudo que venho passado (até escrever compulsivamente) é altamente compreensível!

Estou me sentindo Humana. Aprendendo a reagir diante de uma perda, nada mais. Sem saber lidar com isso, nada mais natural.

Entendendo um pouco mais sobre o que é a vida, eis que agora vou ter que aprender, apesar de intrínseco, porém nunca pensado, sobre o que é a morte. "Viver é perder." Pois então que vivamos e percamos! E aceitemos a vida e a morte, sobretudo!

Amém!

Alguma coisa em mim

Estou me sentindo submersa (quase afogada) no mundo das palavras. Nota-se, palavra líquida, a palavra liberta, a palavra... Muito tenho escrito, muito tenho lido e estou agora com a sensação de estar num sonho. Num mundo que não existe, além de dentro de mim. E hoje estou com medo. Hoje estou cansada.

Hoje estou cansada.

Cansada das mesmas coisas na cabeça. Das mesmas dúvidas. Mesmas questões. Mesmos conflitos eternos. Mesmas vontades. Mesmos sonhos. Mesmas palavras. Mesma coisa. Cansada do mesmo. Músicas, livros, gente, conversas, faltas, vazios, espaços, tentativas, estar aqui escrevendo. Mas é só o que me resta pra não ficar com isso tudo dentro de mim.

Cansada de me expor, cansada de não entender, cansada de querer entender, cansada de não ter gente perto, cansada dos meus assuntos, das minhas queixas, das minhas repetições.

Bla, bla, bla, bla, bla.

Cansada de não saber o que é certo, se é certo, o que que é. Cansada de como está dentro, como reflete fora, desse barulho, da cama vazia, do e-mail vazio, da palavra vazia, dos sonhos vazios, cansada dos sonhos...

Cansada de ter que. Cansada das decisões. Cansada do meu sono. Cansada de procurar. De esperar. Cansada de guardar. Cansada de viver. Cansada de mim. Pode?

Só que o mundo não para. E eu estou. Só que o mundo não me espera. E eu não ligo. Só que eu deveria ligar. Mas continuo não ligando.

Continuo aqui. Parada. Semente. Esperando.

Cansada desta merda!

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Síntese

Faço delas, minhas. Resumiu qualquer coisa que eu pudesse escrever nesse momento, e basta!

"Na linha tênue da intuição sabemos e temos noção, do que não presta e do que é bom."

E tenho dito.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

L'enfant

Depois que escrevi sobre as coisas que eu quero preservar da minha infância, fiquei pensando em como grande parte do problema dos adultos estaria resolvido ou amenizado, caso eles lembrassem dessa leveza que já tiveram um dia. Menos julgamento, menos preocupação com amanhã, se vai engordar, se machucar, ficar cansado, chorar, se sujar, menos convenção pra viver...

E aí eu vejo alguns poemas e crônicas e adultos tentando resgatar justamente esse lado mais espontâneo das pessoas, esse ver coisas incríveis em coisas simples, viver o instante-já da Clarice não é isso? Viver agora, sem amarras ao amanhã. Amanhã a gente vive o amanhã... Não ficar sofrendo por antecipação, não agir por medo do que pode vir a acontecer. Como a gente, quando vai ficando adulto, têm dificuldade pra isso! Não que não seja compreensível... Uma criança aprende a não brincar com fogo porque pode queimar! Ela sabe que se pular de um lugar muito alto pode se machucar! Ela vai aprendendo e vai tendo mais cautela... Mas enquanto criança, não deixa de brincar, porque sabe que vale o risco! Ela sabe que é mais divertido brincar de pular fogueira, de balançar mais alto, de ir em lugares que dão medo só pela emoção de ver como é! O máximo que vai acontecer é ela ver um ser estranho e correr o mais rápido que der! E depois chegar em casa morto e dormir exatamente como uma criança! Livre de preocupações, de expectativas, de ansiedade (tirando datas mega importantes, como aniversário ou primeiro dia de aula).

Estou querendo viver assim, me focar mais no que eu tenho, não viver a vida pensando no que eu não tenho. Nossa, e aquela capacidade invejável das crianças de brincar com qualquer coisa? Elas conseguem brincar com sucata (não sei hoje em dia com toda essa tecnologia, mas não creio que se perdeu essa capacidade criativa...)! Elas brincam com o que têm. E eu quero viver bem com o que eu tenho. Quero agradecer todos os dias pelo que eu tenho! Pelo meu sofrimento, pela minha alegria, pela minha lágrima e meu riso. Chorar com toda a potencialidade, rir com todas as forças! E aceitar as coisas, ou nem pensar nisso, viver as coisas!

E não, não estou querendo ser criança de novo. Sei das responsabilidades, compromissos, hora de ser sério e tudo mais de chato que é ser adulto! Porque agora nós temos uma coisa chamada conhecimento e o fardo de ter que ser alguém na vida! Ser já não basta. A selva capitalista está aí e temos que aprender a nos defender e a nos comportar! O nosso compromisso passa a ser para a prosperidade de quem não está nem aí pra gente, não para um enriquecimento que de fato nos interesse. Passamos a viver uma vida que a gente não queria. E ficamos muito sérios por causa disso. A gente fala com mais pompa, quer ser mais eloquente, quer ponderar tudo o tempo todo! Mas fica chato ao mesmo tempo! Deixa de viver coisas legais, reclama de tudo, quer explicação pra tudo o tempo todo, tem pressão alta, pressão baixa, problema cardíaco, toma remédio pra cabeça não pirar, nossa, que ninguém venha me dizer que isso é a forma certa de se viver, por favor!

Estou discursando a favor de uma vida mais leve, apesar de todo o seu peso!

Leve. [Do lat. leve] Adj. 2 g. 1. De pouco peso. 2. Que recebe ou leva pouco peso ou pressão. 3. De pouca densidade. 4. Que se movimenta com desembaraço, agilmente, à solta. 5. De forma delicada, delgada, graciosa. 6. Que mal se percebe pelos sentidos; indistinto, tênue, ligeiro, suave, delicado. 7. Pouco carregado. 8. Quase imperceptível; insignificante. 9. Sem importância; sem gravidade. 10. Aliviado, desoprimido.

Estão aí dez definições que eu quero que minha vida seja! E quando eu concordo com insignificante, não é por achar que ela não tenha importância de fato, mas superestimam a vida. Acontece que ela é fugaz! Então eu acho que não sabemos do dia de amanhã, não o temos, o que nos resta é o hoje, o agora... E me parece mais sensato viver dele do que de projeções, preocupações, medos, ilusões e expectativas.

Creio eu...

Pra não perder (ou criar) o hábito...

Poema pra ilustrar o pensamento! Maravilha fazer isso!

Vou fazendo horas - metade da vida é uma perdulária expectativa. E tonta. E ansiosa. E inútil. Como quem se sentou numa gare de caminho-de-ferro, à espera de um comboio que não se sabe quando passará e qual o seu destino. Certeza, e relativa, está apenas no local de espera. E às vezes na própria espera. Se chegamos a concretizar a viagem, o lugar aonde o comboio nos levou, desilude-nos. Isso, porém, não impede que tudo venha a repetir-se. Desperdiça-se o instante real e concreto, mas que, como areia, se nos escapa das mãos, em favor de uma ilusória vez seguinte.

Fernando Namora

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Back to the old times

Eu fico pensando às vezes em como eu sinto as coisas que me acontecem, no meu jeito romântico de ver a vida, nas expectativas, reações, quereres, projeções, idealizações... E me pego querendo ver tudo diferente do que eu vejo. Como se o que eu tivesse não servisse, como se eu tivesse que ser diferente do que eu sou. Ser menos eu, ou ser outro eu... Mas fazendo uma recapitulação em toda a minha vida (leia-se: desde que me entendo por gente. leia-se: 6 anos de idade aproximadamente), percebi que ainda tenho características da minha infância... E que não sei se quero perder, se preciso perder.

Sempre fui chorona, a flor da pele, sempre escrevi cartas de amor, sempre quis estar apaixonada, sempre preferi ficar sozinha do que com alguém que não me entendesse, sempre precisei de reciprocidade sem nem saber o que era isso. E achava lindo quando acontecia porque quase nunca acontecia... E a pessoa se tornava a mais linda de todas sem nem poder imaginar o quanto eu gostava dela ou o por quê. As vezes eu tinha a sensação que por mais recíproco que fosse, a pessoa não entendia a minha euforia de ter a encontrado! Era com quem eu poderia falar sem me preocupar em como aquilo ia repercutir porque era tudo discutido ou compreendido ou entendido, não interessava o por quê na verdade, o legal era a espontaneidade.

Falava sozinha, brincava sozinha, criava um mundo que coubessem as minhas ideias. Sempre tive a sensação de que as coisas que eu penso e sinto são tão bonitas por dentro e quando tentava falar isso, lá se ia toda aquela beleza... Não saia nada como o planejado... Então sempre escrevi! Sempre achei o universo das palavras escritas mais bonito do que o falado. Sempre pensei muito em como as coisas poderiam ser e não eram e nunca entendi o por quê.

Só falava com quem eu queria, uma certa arrogância, mas que pra mim não era nada mais do que um critério. Não ia falar com quem eu achava falso, ou tinha brincadeiras que me irritavam, ou que brincavam comigo num dia e no outro passavam por mim sem falar! Preservava minhas amizades como quem preserva um tesouro, e fui possessiva por isso. Não conseguia misturar amigos porque achava uma confusão! Com cada um eu brincava de uma coisa diferente, de um jeito diferente, e quando estavam todos juntos, eu nunca sabia o que fazer! Sempre precisei de atenção...

E pensar nisso tudo é muito gostoso! A criança em mim ainda está aqui. E as crianças são os seres mais deliciosos do universo! Porque eles ainda não julgam, eles só sentem. Eles falam, agem, são o que são e não têm crises com isso!

Cansei de querer ser diferente do que eu sou, de ficar relutando ao que eu quero querer! Quero que essa crise de identidade, esse medo, insegurança passem logo! Por mais que possa ser incompreendida, chata por vezes, ora sentimental demais, muito poética; se isso cansa alguém, o problema não pode ser meu, mas eu sei também que não é da pessoa. É questão de ter afinidade e compatibilidade. É aquela história de cuidar do seu jardim para que apareçam as borboletas, por mais clichê que seja. Inclusive, eu ando muito clichê ultimamente. E sabe mais o que? Não estou mais vendo problema nisso! Quero ser clichê, piegas, romântica, enjoada, chata, sem noção quando der vontade! Também quero não ser nada disso quando der vontade! Que pressão externa é essa que não me deixa ser, que saco!

Espero que não sejam palavras em vão, outra coisa que detesto desde todo o sempre! Qualquer coisa em vão, acho que aprendi com a minha mãe de tanto que ela falava "não usa o nome de Deus em vão!". Só que eu levei isso pra tudo... Não tem que fazer nada em vão! Mas acho que nesse caso não é, se fosse, por que estaria saindo assim tão verdadeiro?

E pra finalizar, uma música que me traduza! Vai dizer que não dá um alívio ver que tem gente como a gente? Ô se dá!

"Ninguém pode calar dentro em mim
Essa chama que não vai passar
É mais forte que eu
E não quero dela me afastar
Eu não posso explicar como foi
E como ela veio
E só digo o que penso
Só faço o que gosto
E aquilo que creio
Se alguém não quiser entender
E falar, pois que fale
Eu não vou me importar com a maldade de quem nada sabe
E se alguém interessa saber
Sou bem feliz assim
Muito mais do que quem já falou ou vai falar de mim"

domingo, 25 de setembro de 2011

Ser compreendida por Schopenhauer

O Perigo da Leitura Excessiva

Quando lemos, outra pessoa pensa por nós: repetimos apenas o seu processo mental. Ocorre algo semelhante quando o estudante que está a aprender a escrever refaz com a pena as linhas traçadas a lápis pelo professor. Sendo assim, na leitura, o trabalho de pensar é-nos subtraído em grande parte. Isso explica o sensível alívio que experimentamos quando deixamos de nos ocupar com os nossos pensamentos para passar à leitura. Porém, enquanto lemos, a nossa cabeça, na realidade, não passa de uma arena dos pensamentos alheios. E quando estes se vão, o que resta? Essa é a razão pela qual quem lê muito e durante quase o dia inteiro, mas repousa nos intervalos, passando o tempo sem pensar, pouco a pouco perde a capacidade de pensar por si mesmo - como alguém que sempre cavalga e acaba por desaprender a caminhar. Tal é a situação de muitos eruditos: à força de ler, estupidificaram-se. Pois ler constantemente, retomando a leitura a cada instante livre, paralisa o espírito mais do que o trabalho manual contínuo, visto que, na execução deste último, é possível entregar-se aos seus próprios pensamentos.

No entanto, como uma mola que, pela pressão constante acarretada por meio de um corpo estranho, acaba por perder a sua elasticidade, também o espírito perde a sua devido à imposição contínua de pensamentos alheios. E, do mesmo modo como uma alimentação excessiva causa indigestão e, consequentemente, prejudica o corpo inteiro, pode-se também sobrecarregar e sufocar o espírito com uma alimentação mental excessiva.

Pois, quanto mais se lê, menos vestígios deixa no espírito aquilo que se leu: a mente transforma-se em algo semelhante a uma lousa, à qual encontram-se escritas muitas palavras, umas sobre as outras. Por isso, não se chega à ruminação (ou melhor, o afluxo intenso e contínuo do conteúdo de novas leituras serve apenas para acelerar o esquecimento do que se leu anteriormente): entretanto, apenas esta permite assimilar o que foi lido, do mesmo modo como os alimentos nos nutrem não porque os comemos, mas porque os digerimos. Se, ao contrário, lê-se continuadamente, sem mais tarde pensar a respeito do que se leu, o conteúdo da leitura não cria raízes e, na maioria das vezes, perde-se. Em geral, o processamento da alimentação mental não difere daquele da alimentação corporal: apenas a cinquentésima parte do que se consome chega a ser assimilada; o restante é eliminado por meio da evaporação, da respiração ou similares.

A tudo isso soma-se o facto de que os pensamentos transportados para o papel não são nada além de uma pegada na areia: pode-se até ver o caminho percorrido; no entanto, para saber o que tal pessoa viu ao caminhar, é preciso usar os próprios olhos.

Dear prudence...

Estou passando por uma fase que tenho lido muito. Coisas que pudessem me esclarecer, esclarecer qualquer coisa de confuso dentro de mim, de vago, de desorientado, vazio, perdido, indefinido. E isso me faz muito bem! Li coisas incríveis! Coisas que eu não cogitava que alguém tivesse experimentado e vivenciado exatamente como eu! Cada vírgula, cada ponto, cada reticência, toda a descrição completa e perfeita de como eu sou, como eu vejo, como eu vivo, até de situações e circunstâncias! Eu não podia crer, mas até diálogos semelhantes...

Caio Fernando de Abreu, Clarice Lispector, Alice Ruiz, Fabrício Carpinejar, Cecília Meirelles, Fernando Pessoa, até Freud e Jung e um filósofo belíssimo chamado Andre Comte Sponville, fora os cantores. Tiveram fragmentos de muitos outros que não vem ao caso, a lista ficaria imensa. Mas estão muito bem guardados!

Todos eles contribuiram para que eu não me sentisse sozinha, nem desorientada, como eu pensava que estava. Eles acalmaram uma grande ansiedade, uma enorme frustração, a minha incapacidade de lidar sozinha com os meus problemas. E sabe o que eu descobri? É que de fato não tem como fazer isso sozinho... Então o que faltou de amigos que eu pudesse dialogar, sobrou poesia pro meu pesar.

Mas o que acontece? Em mim agora têm um milhão de pensamentos, muitos assimilados, mas muitos soltos ainda. E ler está começando a me gerar um conflito, porque parece que ao mesmo tempo que eu me vejo naquilo e penso "é isso! é isso!", eu estou vendo que continua uma grande desorganização aqui. Estou começando a sentir uma necessidade de parar e pensar, meditar mesmo. Mas o que eu faço? Escrevo. Que dificuldade de parar! Refletir, respirar, fechar os olhos, meditar, acalmar.

A leitura tem servido como alguma coisa que deixam meus pensamentos mais frenéticos. E não que eu ache isso ruim, ler é um estímulo pro raciocínio. Mas o que me incomoda é essa dificuldade de parar um pouco e me perguntar sobre o que eu tenho aprendido, o que eu estou achando, o que eu estou pensando agora nesse momento. Eu, não os autores que citei ali em cima! Por mais que eu tenha a sensação de que eles pensam por mim, quero saber o que se passa aqui dentro agora.

Hoje não sou a que eu era ontem, nem semana passada, muito menos duas ou três semanas atrás! As semanas vão passando e eu vou observando o quanto eu estou mudando diante de uma perda. Mas preciso saber o que eu quero e o que eu não quero. O que eu penso e o que eu não penso. O que serve pra mim e o que não serve. Fazer uma faxina geral dentro de mim. Ou uma espécie de reciclagem... Acho que está mais pra isso! Reciclar pensamentos e sentimentos... Eu já escrevi sobre isso aqui, as vezes tudo fica calmo, os conceitos servem pra alguns momentos, mas é só pro momento... E cada momento exige uma postura diferente. Eu não posso ser a mesma sempre! E isso é uma fase. Quando tudo ficar calmo de novo, os conceitos que eu estou reformulando vão servir, mas só enquanto a vida não me exigir que eu reformule tudo de novo! Ah! vou ter que citar uma frase que diz exatamente isso!

"Mesmo que as partidas doessem, e que a cada dia fosse necessário adotar uma nova maneira de agir e de pensar, descobrindo-a inútil no dia seguinte - mesmo assim era bom viver." Caio Fernando de Abreu

Ou seja, esses autores pegam tudo que eu penso e transformam numa coisa linda de morrer! Sensíveis até a alma!

Mas agora tem que ser as Júlia's pensando, se entendendo e se organizando, se conhecendo, dialogando entre si, argumentando... Porque ela's têm muito a dizer! Mas eu não estou deixando isso acontecer! Só estou me deixando levar pelo lado impulsivo, irracional, que na verdade é o lado mais forte em mim, sem-pre! Não sou dessas que se recriminam, que fingem que não sentem, que não tem vontades, que não expressam essas vontades. Nunca fui disso... Mas talvez (!) o momento esteja me pedindo uma atitude que vá contra isso, e aí é questão de ir contra mim mesma? Talvez (!) não, já que tem tantas dentro de mim. Vai ser questão de dar voz pra outra dentro de mim! Porque a impulsiva é uma desvairada! E apesar de gostar muito dela; acho ela linda e espontânea e a flor da pele, sincera e visceral e sensível; apesar disso ela me faz ser imprudente às vezes...E aí entra um pensamento do Carpinejar: "toda escolha depende da capacidade de suportar perdas...".

Eu vou ter que aprender a lidar com toda essa impulsividade, mesmo sentindo que é o que me move. Chegar num concenso, descobrir o que eu quero! Até se eu quero realmente ser impulsiva ou não. Se é realmente a minha natureza ou pode ser controlado e de fato revisto.

Ser prudente até poder mandar essa prudência toda ir brincar... E ficar livre de novo dessas dúvidas mártires! Livre pra ser...

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Exprimir o inexprimível

As vezes eu fico pensando o que seria do mundo sem as palavras ditas. Sem os sentimentos expressos, sem idéias, descobertas, dúvidas, medos, ressentimentos, confusões internas compartilhadas. Sem estórias, vidas, casos e acasos escritos... Não teríamos um Woody Allen da vida, nem Clarice Lispector, Edith Piaf, Beethoven, Mário Quintana, Vinícius de Moraes, Chico Buarque e outros tantos que fazem nós vermos e sentirmos a vida com toda a sua potencialidade, com toda a sua delicadeza, suas nuances, seus altos e baixos, suas confusões internas e externas, as dificuldades de se relacionar, o quão pode ser tão lindo e tão doloroso e misterioso viver!

Fico pensando se passasse por eles a ideia de que compartilhar não vale a pena, o quanto o mundo estaria perdendo... Porque acima de tudo, eles nos fazem sentir mais humanos, menos sozinhos, quase como um conforto por saber que não é só você que se sente daquela forma, que pensa daquele jeito, que vive coisas inusitadas, e que sente! Pessoas que compartilham nos fazem ver acima de tudo o que temos dentro e que parece ser tão único, tão particular e quando na verdade é mais comum do que possamos imaginar!

Tem pessoas que têm o dom de conseguir expressar esse quase inatingível, intraduzível, inefável que carregamos dentro da gente. E é só através da tentativa, e ainda que seja dolorido fazer isso, que eles conseguem nos fazer ver o quão universal nós somos! Porque antes de tudo, exprimir toda essa dimensão que carregamos e vivemos não me parece uma tarefa fácil!

"Realidade é coisa delicada de se pegar com os dedos"

Tentar dar corpo à essa subjetividade, à essa imaterialidade, como poderia ser fácil? Precisa estar em contato com o que você tem de mais íntimo e que nem sempre é o lugar mais bonito e agradável para vasculhar. Carregamos coisas que não queremos admitir, encarar. Mas acho que pessoas que conseguem ir lá e revirar tudo, perdem a couraça. Olham aquele buraco negro e se jogam e têm a curiosidade de saber o que as esperam, algo que as revele, que as torne justamente mais humanas por encararem o que têm de mais estranho ou de mais bonito. Me parece que elas perdem o medo de se expor, de encararem suas limitações. E são belas por isso... Porque o que temos dentro é o que reflete fora. E se não se reflete, o que nos tornamos? Ocultos para nós mesmos, para o mundo?

"Isso de querer ser exatamente aquilo que a gente é ainda vai nos levar além."

Por isso que não posso me envergonhar de nenhuma palavra dita, nem de nenhuma atitude espontânea! Porque neste momento eu posso ser! Neste momento eu posso ser alguém no mundo porque estou me colocando nele! Estou me abrindo pra ele e dando o que eu tenho de mais único, de mais bonito, ou de mais feio, mas que sou eu! Eu no mundo... Eu faço parte dele! Eu o toco! Viver, pra mim, sem isso não me caberia!

Por isso eu falo, choro, canto, ajo, me doo, pra ver se consigo estar em contato com tudo que existe! A partir desse momento, as coisas não mais existem só em mim...

"Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato... Ou toca, ou não toca."

Pra mim, viver é isso.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Escrever liberta!

Das coisas que escrevo aqui, minha última intenção é ter razão em alguma coisa. São tentativas de organizar os pensamentos. Tive um blog uma vez que se chamava 'pensamento organizado', bem pertinente porque a intenção de escrever aqui sempre foi essa!

Relendo o que eu registrei aqui nos últimos dias, li coisas super sem noção e li coisas super coerentes! Acho que já dei vasão pra muita coisa, consegui organizar muita coisa numa velocidade luz (graças!) e agora acho que vou tentar me aquietar, silenciar, meditar sobre tudo isso, deixar fluir de outra forma. Já não tenho mais palavras, elas já me ajudaram o suficiente! Já disseram o que eu precisava escrever e ler... E lá vou eu reformular e aprender e experienciar coisas novas! Ces't la vie!

Mas se eu posso concluir (temporariamente) alguma coisa é que viver de olhos abertos, atento, encarar as coisas de frente, é maravilhoso! E mais uma coisa? E olha que ironia novamente, tem que viver as coisas mesmo na sua intensidade porque não sabemos o dia de amanhã e experimentar é bom demais! Já dizia Vinicius de Moraes:

"Quem já passou por essa vida e não viveu
Pode ser mais, mas sabe menos do que eu
Porque a vida só se dá pra quem se deu
Pra quem amou, pra quem chorou, pra quem sofreu
Ah, quem nunca curtiu uma paixão nunca vai ter nada, não
Nao há mal pior do que a descrença"

That's it!

Viver a vida em todas as suas dimensões

Tem algum (bom) tempo eu descobri que viver sem expectativa e seguindo o fluxo dos acontecimentos é uma maneira de se viver sem ansiedade, frustração, ilusões, e uma forma de ter mais harmonia com as coisas à sua volta. E que é fundamental pra não acharmos que podemos controlar tudo, pra não projetarmos nada, pra entendermos o quanto tudo está no seu lugar, acontecendo na sua hora.

Essa harmonia que dá um certo equilíbrio nas coisas que acontecem. Você entender que as coisas têm um fluxo e isso independe de você, te faz encarar as coisas boas e ruins com um certo desapego, porque você entende que aquilo é algo passageiro, aquilo faz parte de um momento. Como o nome mesmo diz, é um fluxo. Um eterno ir e vir, que é cíclico.

Acontece que só é um fluxo quando não há retenção. Tem que deixar passar sem reprimir o que está havendo, nem nenhum sentimento; sem simplesmente evitar que aquilo existe, porque só vai causar um bloqueio. E você bloquear alguma coisa é maquiar aquilo, uma hora ela sai! Então encarar as coisas como elas são me parece ser mais sábio e maduro porque você admite a dualidade que existe nos sentimentos e acontecimentos! Isso não é uma coisa simples porque não somos educados para isso. Somos educados para não querer nada de ruim e querer tudo de bom! O que é ruim não presta, joga fora! Queira só o que te faz bem! Não é bem assim... O ruim existe também! Tem que aprender a encará-lo...

Encarar a vida desse jeito é uma forma de estar em contato com a sua espiritualidade e das coisas à sua volta. É como se tudo fosse integrado, interligado, fosse parte de um todo.

Quem reforçou essa idéia em mim foi um filósofo oriental chamado Osho, que volta e meia está presente na minha vida (geralmente quando eu esqueço disso tudo, já tropecei e levei o tombo) trazendo de volta o entendimento e calma necessários para encarar conflitos internos e externos. Ele fala da vida: "a pessoa tem que vivê-la em todas as dimensões". E quando se incorpora essa idéia, o sofrimento passa a fazer parte da ordem natural das coisas; as coisas ruins têm o seu sentido, te fazem encarar a dor e quando se encara a dor, se sai mais forte! Potencializa uma energia que, antes, estava apagada, acomodada. Passar por essas situações te fazem sentir mais vivo, te faz ver o quanto você é capaz e não sabe! E também pra te fazer reavaliar sobre tudo, até o por quê do sofrimento.

Nas atuais circunstâncias, eu estou saindo de um relacionamento que eu estava super envolvida. E depois de um fim de semana muito turbulento, e as coisas ainda não estão calmas; apesar do último post ter sido bem mais tranquilo, é como se eu estivesse oscilando entre ele e o penúltimo, os dois pólos estão dentro de mim indo e vindo sem eu tentar controlar nenhum dos dois porque é uma tarefa impossível.

Eu pontuei algumas razões pra estar 'ferida aberta' do jeito que eu estou. Me deixei ir muito fundo, ou melhor dizendo, fiquei nas nuvens, como se eu estivesse realizando um sonho e eu queria ficar naquele sonho, é lógico... Falei de sensações momentâneas, em sentir as coisas com menos intensidade, não me iludir, enfim. E depois de ter tentado pontuar tudo que eu estava sentindo, hoje me aparece um texto maravilhoso do Osho falando sobre o romance que tem esse caráter passageiro.

E uma coisa que sempre me impressiona muito quando o Osho volta à minha vida é essa similaridade de idéias, ele parece tirar coisas da minha cabeça, então é uma conexão muito forte, ele pega o que eu penso e dá ordem pra aquilo tudo! Como se fosse o que estivesse faltando pra me fazer entender as coisas, ele sempre me faz voltar pro equilíbrio. Acho que vale algumas dezenas de sessão de terapia!

domingo, 4 de setembro de 2011

Fuck you, TPM

Posso dizer? TPM causa... TPM não é desculpinha! TPM é uma senhora desorganizadora de paz interior, equilíbrio ou qualquer controle que você possa ter dentro de você! Não é uma coisinha à toa que te faz chorar por qualquer comercial bonitinho na tv, não... Ela faz surgir o seu lado doida com todas as forças! E detalhe: sua vida pode estar perfeita e a TPM vai fazer ela ficar muito estranha, com toda certeza do mundo! Porque além de dramatizar, ela pontecializa qualquer sentimento, seja bom ou ruim!

Agora me diz... Uma semana com a presença da ilustre com mais algumas coisas nada agradáveis (e são fatos, não coisas traiçoeiras da dona TPM) acontecendo, me explica como fica a cidadã! Na merda profunda, lógico! Na choradeira e na dor, nossa, é tanto drama que chega dói! Aí saem posts que nem o último. E o lance é: eu senti aquilo tudo mesmo! Aquilo foi real, acredite se quiser! Parecia o fim do mundo, parecia que nada tinha sentido e hoje, quando a tal da TPM resolveu me deixar em paz, mudança drástica no quesito 'encarar que você está solteira de novo quemerda'!

Mas olha, que mudança... Do tipo, cair na real e ver que não tem o menor sentido ficar remoendo alguma coisa que simplesmente (simples assim mesmo) acabou! A-c-a-b-o-u. E sabe, pensei assim "não adianta chorar sobre leite derramado, pega um pano e seca essa porra de leite antes que azede!" e comecei a rir! Porque tem que rir, vamos combinar! Ficar sofrendo, se descabelando por uma coisa que já passou e não tem volta? Ah, é demais pra minha cabeça!

Mas é aquilo, graças aos astros e ao universo e ao caos que é essa zona toda, a minha ... ... como posso dizer? A TPM não é minha melhor amiga, vamos convir, mas a minha companheira mensal me deixou no dia certo, no dia exato! E eu pude rir de tudo isso, deixar passar. Como eu disse, passar o pano no leite derramado! Lógico que rolou uma super bronca do meu lado equilibrado, que me fez entender o quanto eu estava sendo ridícula e desnecessária... E depois as risadas para me deixar leve e me fazer perceber que na verdade, é como minha vó diz... O mundo é muito grande pra gente ficar sofrendo por qualquer coisa. Eu tenho tanto pra conhecer, tanto pra explorar... E de onde surgiu a idéia de que tem que acontecer isso tudo com uma pessoa só?! Fucking TPM!

E é isso. Uma tonelada mais leve, conseguindo rir sem forçar um sorriso e até consegui ver que fez um final de tarde bonito!

Agora vai ser aquilo, dezenas de filmes de comédia por favor! Algumas barras de chocolate só pra garantir e nada de drama, nada de filme de amor-isso, amor-aquilo, casamento dos seus sonhos, o homem que voce quer encontrar na sua vida, ai amor amor amor! Chega desta merda! Me deixa em paz... Não quero nada que me remeta sentimentos assim, só pra garantir também. Vai que a coisa está toda controlada aqui, calminha, bonitinha e um roteirista filho da mãe faz desencadear tudo, vou odiar ele pra sempre! Então pra não correr o risco vou ficar com comédia sem amor, nem casamento, namorado, nem nada disso, inclusive, por que a maioria das comédias são românticas? Ai... Penso nisso outro dia, por hoje acho que está bom o desabafo!

Amém.

sábado, 3 de setembro de 2011

Desperdício de energia

Não sei o que é melhor, se entregar e viver as coisas intensamente, ver viver estar fazer tocar experimentar tudo de lindo, pra depois sentir um vazio por ter visto como é e não ter mais... Do que adianta? Pra que serve? Só pra ver que existe? E aquilo que parecia ser algo que pudesse ser muito mais, na verdade não passou de sensações momentâneas... Queria sentir as coisas com menos intensidade, tanto as boas quanto as ruins. talvez não me fizesse iludir e projetar, e depois não me faria sofrer e ter vontade de sei lá, sumir de dentro de mim até isso passar.

Uma ironia, mas certa vez me disseram que o bom é viver tudo que dá pra viver intensamente porque não sabemos o dia de amanhã... Mas se tudo pode não passar de papo toque olhar risada afinidades e amanhã não ser mais nada, pra que se entregar pra isso? Quando acaba, perde o sentido... Não sei se estou pensando assim porque estou mega magoada, mas de verdade que preferia não ter ido fundo pra chegar no fundo sozinha...

Ontem recorri à poemas lindos, músicas que me fizessem esclarecer a confusão que está acontecendo dentro de mim... Quintana, fofo até a alma, reforçando viver cada dia como único, deixando as coisas perdidas e passadas em seu devido lugar, vendo a novidade que acontece todo dia... Gullar com seu jeito majestoso de escrever, falando que se pudemos experimentar uma sensação boa, se fomos feliz até o topo, devemos aceitar a queda, experimentar o oposto porque ambos existem e tudo é efêmero. Fernando pessoa, que tinha tantos dentro dele e conseguiu sentir e escrever sobre coisas tão diversas, falando sobre as coisas que existem independentes do que possamos controlar, e é justamente isso que está me matando, enfim! E Chico Buarque, no final do meu dia, fazendo todas as perguntas sem respostas que por mais que a gente pense e analise e tente achar uma razão, um motivo, uma ordem, simplesmente vamos ter pontos de interrogação no final...

"ó menina vai ver nesse almanaque
como é que isso tudo começou
diz quem é que marcava o tic-tac
e a ampulheta do tempo disparou
...
me diz, me responde por favor
pra onde vai o meu amor
quando o amor acaba
...
quem tava no volante do planeta
que o meu continente capotou
...
vê se tem no almanaque, essa menina
como é que termina um grande amor
se adianta tomar aspirina
ou se bate na quina aquela dor
se é chover o ano inteiro chuva fina
ou se é como cair do elevador
me responde por favor
pra que tudo começou
quando tudo acaba"

Lidar com sentimentos é uma das coisas mais difíceis... Porque são incontroláveis, como uma querida falou, não dá pra tocá-los... Não dá pra mudá-los, a gente sente e é espontâneo, o que tem pra se fazer, a não ser sentir? Mas quando dói é como estivesse alguma coisa morrendo dentro de você, como se algo estivesse perdido, sem saber pra onde ir, onde ficar. E o coração parece que fica pequeno, apertado, espremido, dolorido de tanto aperto... E aí tem as lágrimas pesadas, grossas, expulsando de dentro todo esse sufoco, dando vasão a um turbilhão de pensamentos confusos e desconexos. E não param, são involuntárias, é dor derretida, já dizia Mosé... A cada pensamento, a cada lembrança elas vêm carregadas de tristeza, de falsas esperanças, me dizendo que eu não devia ter vivido isso tudo só porque foi bom e me mostrou tantas coisas pra no fim das contas, acabar assim. Mas como eu ia saber, também? Só acho que deveria ser mais cautelosa, não ter me deixado envolver tanto, enfim.

Sei que quando passar, vão ficar só as coisas que eu aprendi, a experiência, que com certeza vai servir para futuras experiências, mas até lá eu fico aqui querendo excluir tudo que eu vivi, porque não quero lembrar de como era bom, de como pôde acabar sem previnir, sem preparar, sem permissão. As coisas não tem pé nem cabeça são imprevisíveis caóticas não têm lógica nem nexo, "as coisas não tem paz".

As vezes é difícil aceitar as coisas como elas se apresentam, como elas se encaminham, quando elas parecem ser uma coisa e não são. Aí fica um nada... Um vazio, uma sensação estranha de estar deslocada, sem saber o que fazer, pra onde ir, o que pensar... E aí penso no que poderia ter sido e não foi por um motivo qualquer, por alguma coisa que eu ainda não consegui entender, por alguma coisa que eu não tenho sequer a possibilidade de mudar, me consome! Uma coisa que aparentemente estava bem, que eu adorava e que acabou e ficou um espaço... Maior do que eu estava esperando!

Dias estranhos vêm aí... Espero sair mais forte, madura. E menos aberta pras coisas que me aparecem e eu não dou o tempo necessário pra ver se é aquilo mesmo, vou me doando, vou me abrindo, vou pisando sem ver a altura que pode vir ser a queda, não quero mais ficar nas alturas. Porque estar nas nuvens é isso, não passa de ilusão... Espero entender que ter os pés no chão é que é o certo. Porque eu também queria ter ficado sem sentir nada, muito racional e sem nenhum sentimento... Como se nada tivesse acontecido! Conseguir passar por cima das coisas com muita facilidade, espero aprender isso. Viver as coisas sem me entregar, sem nenhum apego, ha quanto tempo falo isso? Desapego... Ter a distância necessária pra não ficar #$%&*@! assim!

E chega!