terça-feira, 6 de setembro de 2011

Viver a vida em todas as suas dimensões

Tem algum (bom) tempo eu descobri que viver sem expectativa e seguindo o fluxo dos acontecimentos é uma maneira de se viver sem ansiedade, frustração, ilusões, e uma forma de ter mais harmonia com as coisas à sua volta. E que é fundamental pra não acharmos que podemos controlar tudo, pra não projetarmos nada, pra entendermos o quanto tudo está no seu lugar, acontecendo na sua hora.

Essa harmonia que dá um certo equilíbrio nas coisas que acontecem. Você entender que as coisas têm um fluxo e isso independe de você, te faz encarar as coisas boas e ruins com um certo desapego, porque você entende que aquilo é algo passageiro, aquilo faz parte de um momento. Como o nome mesmo diz, é um fluxo. Um eterno ir e vir, que é cíclico.

Acontece que só é um fluxo quando não há retenção. Tem que deixar passar sem reprimir o que está havendo, nem nenhum sentimento; sem simplesmente evitar que aquilo existe, porque só vai causar um bloqueio. E você bloquear alguma coisa é maquiar aquilo, uma hora ela sai! Então encarar as coisas como elas são me parece ser mais sábio e maduro porque você admite a dualidade que existe nos sentimentos e acontecimentos! Isso não é uma coisa simples porque não somos educados para isso. Somos educados para não querer nada de ruim e querer tudo de bom! O que é ruim não presta, joga fora! Queira só o que te faz bem! Não é bem assim... O ruim existe também! Tem que aprender a encará-lo...

Encarar a vida desse jeito é uma forma de estar em contato com a sua espiritualidade e das coisas à sua volta. É como se tudo fosse integrado, interligado, fosse parte de um todo.

Quem reforçou essa idéia em mim foi um filósofo oriental chamado Osho, que volta e meia está presente na minha vida (geralmente quando eu esqueço disso tudo, já tropecei e levei o tombo) trazendo de volta o entendimento e calma necessários para encarar conflitos internos e externos. Ele fala da vida: "a pessoa tem que vivê-la em todas as dimensões". E quando se incorpora essa idéia, o sofrimento passa a fazer parte da ordem natural das coisas; as coisas ruins têm o seu sentido, te fazem encarar a dor e quando se encara a dor, se sai mais forte! Potencializa uma energia que, antes, estava apagada, acomodada. Passar por essas situações te fazem sentir mais vivo, te faz ver o quanto você é capaz e não sabe! E também pra te fazer reavaliar sobre tudo, até o por quê do sofrimento.

Nas atuais circunstâncias, eu estou saindo de um relacionamento que eu estava super envolvida. E depois de um fim de semana muito turbulento, e as coisas ainda não estão calmas; apesar do último post ter sido bem mais tranquilo, é como se eu estivesse oscilando entre ele e o penúltimo, os dois pólos estão dentro de mim indo e vindo sem eu tentar controlar nenhum dos dois porque é uma tarefa impossível.

Eu pontuei algumas razões pra estar 'ferida aberta' do jeito que eu estou. Me deixei ir muito fundo, ou melhor dizendo, fiquei nas nuvens, como se eu estivesse realizando um sonho e eu queria ficar naquele sonho, é lógico... Falei de sensações momentâneas, em sentir as coisas com menos intensidade, não me iludir, enfim. E depois de ter tentado pontuar tudo que eu estava sentindo, hoje me aparece um texto maravilhoso do Osho falando sobre o romance que tem esse caráter passageiro.

E uma coisa que sempre me impressiona muito quando o Osho volta à minha vida é essa similaridade de idéias, ele parece tirar coisas da minha cabeça, então é uma conexão muito forte, ele pega o que eu penso e dá ordem pra aquilo tudo! Como se fosse o que estivesse faltando pra me fazer entender as coisas, ele sempre me faz voltar pro equilíbrio. Acho que vale algumas dezenas de sessão de terapia!

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