segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Back to the old times

Eu fico pensando às vezes em como eu sinto as coisas que me acontecem, no meu jeito romântico de ver a vida, nas expectativas, reações, quereres, projeções, idealizações... E me pego querendo ver tudo diferente do que eu vejo. Como se o que eu tivesse não servisse, como se eu tivesse que ser diferente do que eu sou. Ser menos eu, ou ser outro eu... Mas fazendo uma recapitulação em toda a minha vida (leia-se: desde que me entendo por gente. leia-se: 6 anos de idade aproximadamente), percebi que ainda tenho características da minha infância... E que não sei se quero perder, se preciso perder.

Sempre fui chorona, a flor da pele, sempre escrevi cartas de amor, sempre quis estar apaixonada, sempre preferi ficar sozinha do que com alguém que não me entendesse, sempre precisei de reciprocidade sem nem saber o que era isso. E achava lindo quando acontecia porque quase nunca acontecia... E a pessoa se tornava a mais linda de todas sem nem poder imaginar o quanto eu gostava dela ou o por quê. As vezes eu tinha a sensação que por mais recíproco que fosse, a pessoa não entendia a minha euforia de ter a encontrado! Era com quem eu poderia falar sem me preocupar em como aquilo ia repercutir porque era tudo discutido ou compreendido ou entendido, não interessava o por quê na verdade, o legal era a espontaneidade.

Falava sozinha, brincava sozinha, criava um mundo que coubessem as minhas ideias. Sempre tive a sensação de que as coisas que eu penso e sinto são tão bonitas por dentro e quando tentava falar isso, lá se ia toda aquela beleza... Não saia nada como o planejado... Então sempre escrevi! Sempre achei o universo das palavras escritas mais bonito do que o falado. Sempre pensei muito em como as coisas poderiam ser e não eram e nunca entendi o por quê.

Só falava com quem eu queria, uma certa arrogância, mas que pra mim não era nada mais do que um critério. Não ia falar com quem eu achava falso, ou tinha brincadeiras que me irritavam, ou que brincavam comigo num dia e no outro passavam por mim sem falar! Preservava minhas amizades como quem preserva um tesouro, e fui possessiva por isso. Não conseguia misturar amigos porque achava uma confusão! Com cada um eu brincava de uma coisa diferente, de um jeito diferente, e quando estavam todos juntos, eu nunca sabia o que fazer! Sempre precisei de atenção...

E pensar nisso tudo é muito gostoso! A criança em mim ainda está aqui. E as crianças são os seres mais deliciosos do universo! Porque eles ainda não julgam, eles só sentem. Eles falam, agem, são o que são e não têm crises com isso!

Cansei de querer ser diferente do que eu sou, de ficar relutando ao que eu quero querer! Quero que essa crise de identidade, esse medo, insegurança passem logo! Por mais que possa ser incompreendida, chata por vezes, ora sentimental demais, muito poética; se isso cansa alguém, o problema não pode ser meu, mas eu sei também que não é da pessoa. É questão de ter afinidade e compatibilidade. É aquela história de cuidar do seu jardim para que apareçam as borboletas, por mais clichê que seja. Inclusive, eu ando muito clichê ultimamente. E sabe mais o que? Não estou mais vendo problema nisso! Quero ser clichê, piegas, romântica, enjoada, chata, sem noção quando der vontade! Também quero não ser nada disso quando der vontade! Que pressão externa é essa que não me deixa ser, que saco!

Espero que não sejam palavras em vão, outra coisa que detesto desde todo o sempre! Qualquer coisa em vão, acho que aprendi com a minha mãe de tanto que ela falava "não usa o nome de Deus em vão!". Só que eu levei isso pra tudo... Não tem que fazer nada em vão! Mas acho que nesse caso não é, se fosse, por que estaria saindo assim tão verdadeiro?

E pra finalizar, uma música que me traduza! Vai dizer que não dá um alívio ver que tem gente como a gente? Ô se dá!

"Ninguém pode calar dentro em mim
Essa chama que não vai passar
É mais forte que eu
E não quero dela me afastar
Eu não posso explicar como foi
E como ela veio
E só digo o que penso
Só faço o que gosto
E aquilo que creio
Se alguém não quiser entender
E falar, pois que fale
Eu não vou me importar com a maldade de quem nada sabe
E se alguém interessa saber
Sou bem feliz assim
Muito mais do que quem já falou ou vai falar de mim"

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