sábado, 21 de agosto de 2010

"A peça de arte, na sabedoria de viver, é saber intercalar o sono de toda espécie no momento certo."

Nietzsche

De repente eu gostaria de estar menos atenta à certas coisas. E não querê-las. Há quem diga que 'querer é poder', eu ainda estou verificando essa afirmação. Porque não vejo as coisas acontecendo bem assim. Ás vezes a sensação que dá é que por querer tanto nada acontece. Parece que influencia na ordem dos acontecimentos, uma coisa mística mesmo! De energia. Não vejo outra explicação pra acontecer toda vez a mesma coisa quando eu quero muito.

O fato real é que expectativa faz isso também. Não é por querer algo que vou ter, mas espero por aquilo porque quero. E quando não acontece... Eu fico frustrada. Então o que fazer pra evitar esse tipo de sentimento? Intercalar o sono de forma apropriada. Não esperar tanto das circunstâncias.

Eu tive uma época muito assim, zen. Desprendida desse tipo de expectativa, não esperava nada das coisas, só as vivia. E tudo ia acontecendo no seu tempo certo, conhecia as pessoas na hora certa, ia pros lugares na hora certa. Sentir aquele fluxo natural das coisas era maravilhoso! Era como se eu me jogasse na correnteza vendo aonde ela ia me levar.

Sabe? Estou sentindo falta dessa espontaneidade de coisas acontecendo, sinto que fico correndo atrás de situações e bato com a minha cara na parede! Além de frustração, rola uma ansiedade absurda! Então é sinal de que tenho que mudar minha postura diante de certas coisas.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Uma pessoa otimista desiludida

Sabe uma pessoa beirando um ataque de nervo? Então, estou tipo isso. E é chato... Dói a cabeça, pesa o corpo. Estou me sentindo num abismo, não vejo a hora de ver a luz no fim do túnel.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

"Aquilo que o 'eu' tem de único se esconde exatamente naquilo que o ser humano tem de inimaginável. Só podemos imaginar aquilo que é idêntico em todos os seres humanos, aquilo que lhes é comum. O 'eu' individual é aquilo que se distingue do geral, portanto aquilo que não se deixa adivinhar nem calcular antecipadamente, aquilo que precisa ser desvelado, descoberto e conquistado junto ao outro." *

Eis aqui uma pessoa que gostaria de ser vista além do que palavras alheias possam vir a descrever. Porque essa história de que a voz de Deus é a voz do povo é a maior mentira! O povo aumenta, nem sabe e fala, julga... Eu sou além disso, quero estar acima disso. Então não me venha com as suas pré-concepções dissimuladas antes de me conhecer, por favor, obrigada. E nem venha me conhecer se dá credibilidade à esse tipo de comentários fúteis, supérfluos. Venha me conhecer como a um desconhecido, sem ter parâmetros. Porque o que eu faço ou deixo de fazer não fazem de mim o que eu sou. Minhas atitudes, às vezes revoltas, volta e meia impulsivas, sem a reflexão necessária, algumas até estúpidas, não são o suficiente para alguém achar que me conhece. E quem vai dizer o por quê das minhas atitudes se nem me conhece?

Ninguém é o que parece ser. Aparências... qualquer que seja ela, tem coisa mais fútil? Porque pra mim as pessoas são além do que fazem, do que parecem ser. Tem um ser além, particular a ser desvendado. Acho que quem dá ouvido a comentários vazios de conteúdo relevantes (vulgo fofoca) nem merece meu tempo.

Inclusive, só discurso sobre isso no momento por não querer que isso influencie as pessoas na hora de conhecer as outras. Tire suas próprias conclusões, constate por você mesmo. Mas não saia falando por ter pré-concepções. Chega com calma, cabeça aberta. Se disponha a conhecer, dialogar, desvendar, ir além dos seus preconceitos.

"Será que dava tanta importância a essas pessoas? Absolutamente. Não as tinha em bom conceito e ficava com raiva de se deixar perturbar pelos seus olbhares. Não havia nada de lógico nisso. Como é que podia ficar dependendo da opnião de pessoas que considerava tão limitadas?" *

* Trechos de 'A insustentável leveza do ser' de Milan Kundera

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Tem coisas que a gente vive que aparentemente são desnecessárias mas que, com um pouco mais de reflexão, se tornam peças-chave para perceber algo, aprender algo.

O ser humano volta e meia ainda me surpreende. O Khalil Gibran diz uma frase que eu acho de uma sensibilidade, que é o seguinte: quando se é uma pessoa sincera, se tem a tendência a achar que todo mundo o é.

E o que seria ser sincero? Porque ser absolutamente sincero é uma tarefa impraticável. Há regras sociais, de conduta que me impedem de andar pelada na rua, caso estivesse a fim, por exemplo. De dizer tudo o que quero, porque além das regras que eu mencionei, tem o sentimento alheio e não me parece muito conveniente (ah! as conveniências também são um fator que impedem a plenitude da prática da sinceridade) sair expondo o que acho ou sinto e ignorar que aquilo tem uma repercussão. É... Cobrar sinceridade do ser humano é algo meio difícil.

Então vou mudar o contexto. Acho o seguinte, por ser uma pessoa com essência, acho que todo mundo a tem. Lógico que essa auto-descrição egocêntrica é suspeita. Mas acho que isso eu posso falar, sou uma pessoa que tem essência, que tenta ser, mesmo com todas limitações, uma pessoa verdadeira, transparente, que não mente (porém, omitir a verdade rola!). Enfim, não vou ficar me qualificando aqui porque "quem se diz muito perfeito na certa encontrou um jeito insosso pra não ser de carne e osso".

Agora, ainda me deixa frustrada me relacionar com pessoas sem essência. Eu procuro estar próxima de pessoas que tenham no mínimo respeito pelo outro. Acho que esse "simples" fato desencadeia tantos outros fatores positivos para uma boa relação com as pessoas à sua volta.

Quando há falta de respeito, há falta de compreensão, tolerância, falta da pessoa ver no outro o ser que há ali. Não respeitar é minimizar o outro, achar que ele não é digno, talvez. Pelo menos eu me sinto assim quando acontece de me desrespeitarem. Ver e sentir na pele isso acontecer é degradante. É uma invasão à minha pessoa, minha personalidade, meus valores.

Todos têm defeitos, limitações, infinitas coisas a aprender e melhorar, mas estou falando de essência! E têm coisas que são inerentes à ela. Então falar que uma pessoa tem essência é dizer que ela tem caráter, na minha opnião. E se uma pessoa não tem, ela não vale muito pra mim. Não considero algo irrelevante, como defeitos deveriam ser. Porque não ter caráter não é um defeito, é além disso... É algo que vai constituir uma série de atitudes da pessoa e eu não quero ser alvo desse tipo de gente.

Preciso ser mais seletiva em relação à isso pra não passar mais por situações constrangedoras, nem nada parecido. Nem sair por aí me enganando com aparências.

"Os homens deviam ser o que parecem ou, pelo menos, não parecerem o que não são."

- Shakespeare -