terça-feira, 3 de abril de 2012

De volta

Há tanto tempo sem meus desabafos, tanto tempo sem precisar muito deles... Mas fica aquele espaço querendo aflorar, querendo expelir, querendo palavras! Mas talvez as palavras se tornaram pensamentos e dos mais calmos e serenos possíveis. Há muito tempo não me sentia tão tranquila, sem ansiedades, sem necessidades de alto padrão lá longe da minha realidade, ultimamente tenho estado no melhor lugar do mundo: aqui. Às vezes um pouco no passado, um pouco no futuro... Mas volto tão rápido que não sinto nem cosquinha!

2012 está sendo um ano introspectivo, focado (apesar de ainda ter resquício de certos impulsos, mas nada comparado há um ano atrás), com uma sensação de estar conseguindo construir alguma coisa que ainda é um esboço, mas ter a certeza de estar caminhando é sensacional! E ver o Universo tomando providências para algumas coisas tomarem rumo é lindo demais. Eu sempre tive a certeza de que certas coisas estão além do nosso alcance e não adianta fugir, não adianta se desesperar nem ter pressa, tem coisas que são colocadas pra nós pelo Universo e que só ele tem a competência de resolver.

O que tenho estranhado mais é a minha introspecção. (Leonina introspectiva, dá pra imaginar?) Muitas (ou quase todas) pessoas queridas longe de mim. E sem a minha necessidade natural de expandir qualquer pensamento, acontecimento ou loucura, tenho ficado cada vez mais próxima de mim mesma. E o que tem sido ótimo! Uma das piores sensações que já senti é me olhar no espelho e não reconhecer o que estou vendo. Ver só um corpo distante, vagando, dependendo de coisas externas e não encontrando forças e vontades dentro dele próprio, aonde reside as respostas e tudo que ele precisa pra viver bem! O meu bem-estar não está em ninguém, em nada, está aqui dentro. E quando consigo enxergar isso, a minha relação com as coisas externas se modifica, cresce pra melhor, considerando que as coisas passam a não ter o peso de antes, simplesmente porque não necessito delas. Então sai toda a ansiedade, toda a expectativa, tenho encarado tudo com mais naturalidade. E quando falo tudo, é quase tudo. Muita coisa, se eu comparo com seis meses, um ano atrás.

E por estar encarando tudo ao meu redor diferente do que era antes, tenho me afastado de muita coisa, porque ao mesmo tempo me trouxe uma certa intolerância. Não consigo mais admitir estar em um lugar que não quero, com quem não faz questão de estar comigo, não consigo mais o 'estar por estar'. Ou é visceral ou não é. Não é mesmo! Não é nada! Ou tem vontade ou não é nada. Porque estou cansada das coisas sem vontade! Eu prefiro o silêncio da minha solidão do que qualquer coisa que não seja do coração. Quero sentir coisas de verdade, não quero coisas por convenção, por amarras do tempo e da experiência. O que passou, se teve sentido e não tem mais, que a gente aceite isso e não fique tentando resgatar qualquer coisa que há tempos atrás fazia sentido! Porque não faz mais. E isso faz parte da sequência dos acontecimentos, faz parte da nossa vida. E não que as coisas sejam descartáveis por isso. Simplesmente, como tudo na vida, ela nascem, crescem e morrem. Enfim. Não quero mais nada que não seja do âmago. E se estou pedindo demais, paciência até encontrar algo que seja verdeiro! E eu sei que já tenho pessoas especiais demais na minha vida, mesmo que longe, que me fazem ver o que é uma relação de verdade. E elas me bastam. Mas tem espaço pra muito mais! Por infusão. Que chegue, invada, transcorra, me deixe sem capas, sem máscaras, que me veja por dentro. E só o tempo pra dizer se aquilo vai permanecer ou vai passar... E qualquer uma das alternativas estão de bom tamanho! Tudo está no seu tempo, tudo acontece na sua hora. Acho que somos deveras presunçosos de achar que podemos guardar a sete chaves alguma coisa enquanto tudo que nos permeia é efêmero.

"... Melhor se guarda o voo de um pássaro do que um pássaro sem voos."

Devaneios a parte, quero estar mais presente nesse espaço, quero registrar essas coisas que passam aqui que não são nada, mas podem ser alguma coisa algum dia, quem sabe.

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