domingo, 16 de outubro de 2011

Por um empréstimo da realidade exterior do Mundo

O que é pra ser dito? O que é pra ser falado? O que é pra ser pensado? O que vale a pena? O que vale ser sentido? O que vale ser considerado?

A palavra é uma tentativa, uma alternativa, não a solução. Não o que organiza. Ela dá margem...

E as atitudes? Me parece que as atitudes não são algo que reflete o que temos dentro. O externo está a anos luz de distância do que qualquer coisa que se passe dentro!

( Eu quero dizer agora o oposto do que eu disse antes )

E o que tem dentro? Não tem palavra, não tem gesto, não tem atitude que traduza, que externe... Impraticável! O que temos dentro é impraticável! Fica pra gente... E se alguém quiser saber, que chegue e invada e transcorra. Isso só acontece em raros casos de extremo interesse na alma alheia.

E a alma? A alma não é o que pensamos ter dentro, a alma é inatingível... A alma está lá querendo ser alcançada por nós, mas há tantos empecilhos... Tantas dores, tantos traumas, neuroses... Na filosofia oriental eles dizem que temos a paz e a felicidade dentro de nós, basta tirar toda a sujeira que nos impede de vê-las. E me parece que no Oriente que podemos encontrar o equilíbrio pra vida no Ocidente. Vida caótica, corrida, competitiva. Enfim!

Perguntas são o caminho... Percepção de nós mesmos e do ambiente a nossa volta, também. Caminho pra onde? Para qualquer coisa de paz dentro da gente. Para haver menos cobrança, menos conflitos, menos necessidades, mais aceitação (não resignação), compreensão... Do que somos, por que somos, pra que somos... Para sermos independentes e livres.

Para não precisar, para não querer, não projetar, não ansiar, não ter expectativa.

E nem quero encontrar essa paz, quero que a paz venha. Que ela surja dentro de mim. Não quero esforço, quero a espontaneidade. Quero estar consciente do meu condicionamento, do meio em que vivo, das minhas circunstâncias. E entender o por quê d'eu sentir, pensar, agir.

E talvez assim esse vazio suma. Essa necessidade da satisfação a qualquer custo. Esse sofrimento por não ter o que quer. Esse martírio de querer o tempo todo alguma coisa que não temos.

" Emancipate yourselves from mental slavery, none but ourselves can free our minds. "

Um comentário:

  1. Curiosamente estava lendo sobre Aristóteles, o caráter das coisas enquanto potencialidade (tudo aquilo que podem ser) e enquanto atitude (tudo aquilo que fazem sendo). Enquanto uma semente é uma potencialidade de árvore, a nossa alma parece ser uma potencialidade de um sem limite de coisas e sentires, mas ao mesmo tempo, o que ela também o é enquanto atitude e realidade?

    Não nos basta ser potencialidade (embora também seja importante reconhecê-la), e a mim também não basta ser para dentro (quando ser o que quero, significa, em certa medida, ser capaz de ...). Então a busca pelo entender é uma constante, e a emancipação faz parte desse descobrir que não é como chegar a resposta de uma equação qualquer, mas sim o sentir a resposta, ser preenchido por ela.

    Palavras...

    ResponderExcluir